13 jun Grande Florianópolis terá porto turístico até 2014
A nomeação do Brasil como país-sede da Copa do Mundo de 2014 vai trazer para a América do Sul milhões de torcedores e atrairá os olhares do mundo para o País. Por isso, os projetos de novos estádios, além de melhorias em transportes, aeroportos e portos começam a aparecer por todos os cantos. Santa Catarina está saindo na frente nessa corrida, com a oficialização da intenção de tirar do papel, nos próximos três anos, o Porto Turístico Internacional de Santa Catarina.
O futuro porto servirá para a atracação de navios de passageiros, que até hoje não têm um local moderno em território catarinense. O estado conta com quatro portos de médio e grande porte, mas todos voltados para a operação de cargas.
Como as pessoas ligadas à área apostam em um boom de cruzeiros no Brasil entre junho e julho de 2014, por causa do segundo maior evento esportivo do mundo – atrás apenas dos Jogos Olímpicos –, o projeto surge no momento oportuno. E é nisso que aposta um dos responsáveis pelo projeto, Ernesto São Thiago, que conversou com o PortoGente.
“Assinamos um importantíssimo acordo de cooperação com a Prefeitura de São José e o governo do estado. Eles vão nos ajudar a tornar realidade este projeto viável, porém complexo. Desde o começo, nossa intenção é obedecer de forma rigorosa o mesmo cronograma a ser imposto pela Fifa (Federação Internacional do Futebol) ao Brasil sobre a Copa do Mundo. E o diferencial e que traz sustentabilidade ao futuro Porto Turístico é que não queremos ele só para a Copa. Antes e depois dela, ele atrairá muita gente para Santa Catarina”.
O custo da obra deverá ficar entre 90 e 180 milhões de euros, já contando com os serviços de integração entre o complexo e a cidade de São José, escolhida para tal obra por ficar próxima à Grande Florianópolis e reunir as melhores condições naturais para a execução dos trabalhos. Além disso, São José fica próxima à rodovia BR-101.
“É o local adequado, perto de Florianópolis, mas com espaço disponível para obras de grande porte. Até porque, depois de pronto, o porto terá mais de 150 veículos circulando por lá, entre ônibus, automóveis e caminhões pequenos. Chegar e sair rapidamente serão essenciais para qualquer passageiro de navio. E a BR-101 nos ajudará nisso, pois ligará o porto a Balneário Camboriú, Blumenau, parque Beto Carrero World e às praias de Florianópolis”, explica Ernesto São Thiago.
Os investimentos serão totalmente privados e a geração de empregos está estimada entre 2,5 e 5 mil postos diretos e indiretos. Está prevista a instalação de um centro gastronômico e de eventos, além de cinema, museu da maricultura, galeria de arte, centro náutico para recepção de veleiros, hotelaria, escola de vela, central de abastecimento e estaleiro de manutenção de navios, iates e o terminal de passageiros.
“O capital será privado, mas nacional. Tiraremos o status de deserto náutico de nossa baía, que é belíssima. Se você parar para pensar, todos os eventos esportivos realizados em cidades à beira do mar foram benéficos para quem soube trabalhar direito. Os Jogos Olímpicos de Sidney e Barcelona são os exemplos mais claros de um fenômeno que pode acontecer também no Brasil e, em especial, em Santa Catarina. A batimetria está em andamento e tenho certeza de que o porto mudará a cara do Estado e do País”, arremata Thiago.
(Porto Gente, 13/06/08)