Trilhas na Chapada Diamantina/BA: caminhos do turismo comunitário

Trilhas na Chapada Diamantina/BA: caminhos do turismo comunitário

O grupo Calumbé, na Chapada Diamantina, na Bahia (região Nordeste do Brasil), encontrou no turismo de base comunitária uma alternativa aos modelos vigentes e predatórios, que terminam causando prejuízos às comunidades. A experiência está entre outras dezenas que se apresentam no II Seminário Internacional de Turismo Sustentável, que acontece até o dia 15/05, em Fortaleza, Ceará.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a organização não governamental Grãos de Luz, que já trabalhava na região com tradição oral e popular junto às diversas comunidades, e o projeto Bagagem, que também atua na área de turismo comunitário.
O foco do Calumbé são as belas trilhas que compõem o cenário de, basicamente, três comunidades da Chapada: Remanso, Iuna e Capivara. As eco-trilhas têm envolvido várias pessoas das comunidades, despertando nelas a valorização do espaço em que vivem.
As trilhas temáticas são feitas em pacotes de dois dias (Trilha Griô do Quilombo, Trilha Griô das Ciências Tradicionais e Quilombo e Trilha Griô da Afrodescendência) e de um dia (Trilha Griô do Garimpo). Em cada uma delas, há todo um preparo especial para que o visitante se sinta integrado ao local. Cortejos, apresentações culturais locais, presença de mestres, rodas de conversas, danças, banho de rio e cachoeiras são alguns dos atrativos que estão impregnados do forte universo que invoca a tradição dos povos.
Roseane Bernardo, Maíza Sousa e Marilane Freitas são três jovens que vieram representar o projeto. E são elas que atestam o potencial do turismo comunitário como gerador de renda e benefícios para os moradores. Com a consolidação do Calumbé, que em julho completa 2 anos de existência, 256 turistas já foram visitar as trilhas temáticas.
A venda dos pacotes resultou em 28 mil reais para as comunidades e 51 mil para a Receita, que inclui também serviços terceirizados. “Dentro do pacote há uma parte que é destinada para as associações das comunidades. Elas gerenciam o dinheiro para a construção de escolas, praças, atendendo a demanda dos moradores”, explica Maíza.
Por outro lado, enfatiza Roseane, os visitantes têm contato com um outro tipo de turismo, mas humanitário e justo. “Os turistas que chegam aqui conhecem de perto a comunidade, seus valores, vivenciam uma outra forma de conhecer lugares”, disse.
Nas comunidades que se criaram a partir dos garimpos, Calumbé é como os moradores chamam o recipiente em formato de cone, onde se procura metal ou pedras.
Para mais informações:
Grãos de Luz – www.graosdeluz.org.br
Projeto Bagagem – www.projetobagagem.org
(Adital, 14/05/08)