13 maio Sustentabilidade sobre rodas
Artigo de Carlos Eduardo Mello — gerente da Unidade Bicicleta da Pneus Levorin (Carbono Brasil, 13/05/08)
Nas últimas décadas, a bicicleta tem sido usada não só para locomoção informal ou passeios dominicais nos parques, mas também para a prática de esportes e, cada vez mais, para trabalhar. O Brasil tem a sexta maior frota de bicicletas do mundo, cerca de 75 milhões. Fazendo um contraponto, o número de carros nos grandes centros urbanos tem superado as estatísticas e dado dor de cabeça para muitos motoristas. Na busca por uma vida mais saudável e como fuga do estresse ocasionado pelo insuportável tráfego nas capitais, pessoas têm encontrado um “pacote de benefícios” ao andar de bicicleta: exercício físico, rapidez e mais tranqüilidade.
O motivo pelo qual muitas pessoas têm trocado o carro pela bicicleta só pode mesmo estar associado aos congestionamentos, onde motoristas precisam de uma boa dose de paciência. Houve um significativo aumento de motoristas que começam a se aventurar sobre duas rodas para ir e voltar do trabalho, sem contar aqueles que trabalham durante todo o dia sobre a bicicleta. Na era da sustentabilidade, as “bikes” não poluem, não gastam energia elétrica nem água e aliviam o trânsito.
Entretanto, para que essa atividade seja segura e eficaz, é preciso incentivar e assegurar a sua prática — seja como forma de esporte ou “hobby” ou então no uso das “magrelas” para o deslocamento ao trabalho. Ciclovias, sinalização e vagas específicas são as prioridades. A praticidade é evidente, mas sem ruas adaptadas e segurança, menos pessoas se arriscam a pedalar nas cidades, o que deveria ser o contrário.
A bicicleta não pode concorrer com um carro – nem mesmo com motos – nas avenidas superlotadas, já que os riscos são ainda mais evidentes. Mas é uma excelente opção porque, convenhamos, é um tanto quanto assustador constatar que 800 novos carros são emplacados por dia somente na capital de São Paulo. A bicicleta já é amplamente utilizada em grandes metrópoles européias e asiáticas. Por que seu uso não é mais estimulado nas grandes cidades brasileiras?