29 maio O caminho do futuro na Mostra de Tecnologias Sustentáveis
Um dos eventos paralelos que acontecem na Conferência Internacional Ethos 2008, a Mostra de Tecnologias Sustentáveis apresenta 56 idéias inovadoras nas áreas de habitação, cultura cidadã, indústria da reciclagem, agricultura e infra-estrutura. Elas foram selecionadas entre as 105 inscritas, um número que superou as expectativas dos organizadores. “Não acreditava que em quatro meses conseguiríamos ter esse resultado. Isso só foi possível graças à colaboração de várias pessoas e, principalmente, pelo trabalho do comitê curador da Mostra”, diz Paulo Itacarambi, vice-presidente executivo do Instituto Ethos e coordenador geral da Conferência.
Itacarambi destaca a importância do tema, tendo em vista os impactos que as tecnologias exercem no nosso dia-a-dia. “As tecnologias de transporte definem nosso tempo de ir e vir; as de construção civil, nossa forma de viver, de consumir energia”, afirma. Para ele, as tecnologias que hoje dominam o mercado estão direcionando a sociedade rumo à insustentabilidade.
“Precisamos mudar nosso comportamento, precisamos de tecnologias que nos levem a desperdiçar menos, a conviver amigavelmente com a natureza e a construir uma sociedade ancorada em valores de vida”, destaca. Ele enfatiza a mensagem que a Mostra quer passar: “Empresas, utilizem as novas tecnologias disponíveis e invistam no desenvolvimento de novas. Esse é o caminho”.
Inovações para a sustentabilidade
A Mostra de Tecnologias Sustentáveis reuniu num mesmo espaço iniciativas locais e globais para soluções responsáveis. Entre os destaques, está a máquina de aproveitamento total do coco babaçu, da Fundação Mussambê de Formação, Pesquisa e Difusão de Tecnologias Sociais Sustentáveis, de Juazeiro do Norte, no Ceará. A idéia original do engenheiro Gilberto Batista era facilitar o corte do coco, antes feito pelas quebradeiras com um machado e um cassetete de madeira. Com a máquina, a produção passou de mil cocos por dia para 30 mil.
Além do Ceará, as máquinas já se espalharam por Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Pará. Hoje são 160 agroindústrias para inclusão social, envolvendo, cada uma, 30 famílias no processo. “Nós recebemos mais apoio de fora do que de dentro do Estado”, diz Daniel Walker, presidente da Fundação. Para ele, o apoio deve vir pela demanda dos produtos gerados e não pela compra das tecnologias. “Assim geramos mais empregos, pois são várias famílias envolvidas nessa produção.”
Outro projeto que chama a atenção é o do aquecedor solar de água de baixo custo. Criado em 2002 por Augustin Woelz, coordenador da ONG Sociedade do Sol, sua intenção é difundir as vantagens do uso da luz solar para as famílias de baixa renda da Grande São Paulo. “A idéia é um aquecedor em cada lar”, explica Woelz.
Para atingir seu objetivo, deu-se início a um processo de disseminação do produto, por meio do site, onde é possível fazer download das instruções para construir o aquecedor em casa.
(Envolverde/Instituto Ethos, 28/05/08)