23 maio Consumo de luxo na Capital
Artigo de Gilberto dos Passos Aguiar — engenheiro e chefe da Agência Regional Florianópolis da Celesc Distribuição (A Notícia, 23/05/08)
Na década de 70, Florianópolis era um município pacato, de belezas inexploradas. Seus habitantes demandavam 10 MW de carga instalada no sistema de distribuição de energia. Hoje, passados quase 40 anos, a Capital tornou-se um centro efervescente, palco de diversas universidades e de uma extensa rede de serviços de primeira linha que atraem a atenção de turistas, investidores e migrantes de todas as partes do País.
Somos em número quatro vezes maior que o registrado em 70. Para atender a esta demanda, a carga instalada do município é surpreendentemente 13 vezes maior, correspondendo a 130 MW. Chegamos a este patamar por uma razão muito simples: o consumo se sofisticou e ampliou de forma espantosa. Novos shopping centers, condomínios de luxo, hotéis de primeira linha, somados à aquisição de inúmeros eletrodomésticos e ar-condicionado por parte de uma grande faixa da população, passaram a exigir redes mais complexas e investimentos crescentes, comparáveis aos existentes no Primeiro Mundo.
Se é verdade que todo este crescimento é decorrente do crescimento econômico da distribuição de renda e da melhoria da qualidade de vida, de outra parte estamos diante de um grande desafio, que é o de fornecer energia de qualidade a este mercado. A Celesc tem buscado atender ao crescimento com a construção de novas subestações e linha de transmissão que abrangem toda a região metropolitana. Mas cada obra gera a necessidade de compra de terrenos, realização de estudos de impacto ambiental e instalação de rede até que chegue, em forma de energia, a toda a população. Por isso, o consumo consciente faz-se necessário.
Compra de eletrodomésticos mais eficientes, uso racional da iluminação e da refrigeração com ambientes comerciais e industriais são atitudes desejáveis aos cidadãos que querem ter energia constante e de boa qualidade para usufruirmos de todo o conforto disponível na modernidade.