10 abr Sem conexão não há desenvolvimento
Artigo de André Imar Kulczynski — presidente da Abemtic (Guia das Cidades Digitais, 02/04/08)
Criada para propor soluções e políticas de desenvolvimento entre as entidades municipais de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) do país, a Abemtic alerta para um dos maiores entraves no desenvolvimento econômico dos municípios brasileiros, qual seja, a ausência de conectividade.
Distante da propagada universalização, constata-se nas pesquisas de acesso à rede mundial que a internet em banda larga não está presente em significativo número de cidades brasileiras.A identificação das necessidades de conectividade dos municípios, inclusive do número real de cidades que não possuem provedor próprio de Internet, começa a suscitar discussões, não somente em setores segmentados de TIC, mas nos gabinetes de governantes e gestores.
Depois de duas décadas de implantação no Brasil, a Internet passou a exigir novas relações entre Governo e cidadãos, e a mais clássica delas é o chamado e-gov ou Governo Eletrônico. A ferramenta pode e deveria ser utilizada para a efetiva modernização das administrações públicas, com o amparo permanente das novas tecnologias.
Entretanto, o que se constata é que o nível de integração, que já deveria estar ocorrendo, não se verifica no cotidiano do atendimento ao cidadão. Entre as várias razões que afastam o gestor público das eficazes e seguras soluções de TIC, está a necessidade de entendimento dos administradores de que as organizações internas das gestões públicas devem passar por revisões constantes, redesenho e foco nos processos dirigidos aos cidadãos.
A percepção e o desenvolvimento das diversas fases por que passam os governos eletrônicos – de meramente informativos até a interatividade e a instantaneidade das transações proporcionadas por esta ferramenta –, nos leva a reconhecer que todos esses processos só se viabilizam se houver uma adequada e eficiente governança de TI. A Tecnologia da Informação assume um papel fundamental para toda e qualquer área que necessite de estratégias sustentáveis que conduzam a processos sociais e economicamente viáveis.
A imprescindível atualização tecnológica coloca o gestor público diante de um cidadão exigente, que se vê, diariamente, cada vez mais sedento de transparência, qualidade e interatividade nos serviços que, diga-se de passagem, são de utilidade pública.