09 abr Proibida a venda de ostras do Sul de Florianópolis
O fenômeno da maré vermelha, que levou à proibição da venda de mexilhões, na sexta-feira (04/04), agravou-se no últimos dias, fazendo com que também fosse suspensa a comercialização de ostras, principal produto da maricultura da Grande Florianópolis.
A proibição, que concentra-se na Baía Sul de Florianópolis, Palhoça e no Litoral do Sul de São José, pode se estender a mais uma região, a Baía Norte da Ilha de Santa Catarina.
Nesta terça (08/04), a análise de técnicos da Universidade do Vale do Itajaí (Univali) verificou contaminação acima do nível de alerta, definido em 500 células de dinoflagelados por litro. Novas análises laboratoriais estão sendo realizadas para confirmar se os moluscos da região estão contaminados.
Devido ao problema, o monitoramento na Grande Florianópolis será feito a cada dois dias, e não em intervalos de uma semana, como costumava ocorrer. Além disso, outros pontos do Litoral catarinense também passarão a ser monitorados.
Estimativas do setor indicam que cerca de 3 toneladas de mexilhões deixaram de ser vendidas desde a proibição. O diretor da Secretaria da Saúde de Florianópolis, Valdir Ferreira, afirmou que 400 quilos do molusco contaminado foram destruídos no mesmo período.
Com base na experiência com problemas de maré vermelha ocorridos anteriormente, sabe-se que os maricultores e comerciantes perderão em dois momentos. Primeiro, deixarão de vender enquanto durar a proibição. Depois, ainda serão prejudicados pela imagem negativa sobre o produto causada pela contaminação.
Para o presidente da Cooperativa Aquícola da Ilha de SC (Cooperilha), Emílio Gottschalk, o pior da maré vermelha será mesmo essa publicidade negativa, que prejudicará as vendas em longo prazo para os principais mercados consumidores das ostras de Florianópolis — São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Rio Grande do Sul.
As duas ocorrências do fenômeno verificados no ano passado, por exemplo, reduziram em 40% as vendas dos 36 membros da cooperativa.
(João Werner Grando, DC, 09/04/08)