04 abr Cesta básica passa de R$ 200 em Florianópolis
A cesta básica ultrapassou pela primeira vez a barreira dos R$ 200 em Florianópolis. O cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em março, mostrou que os itens básicos para alimentação de um adulto somaram R$ 202,46. Na comparação com o mês anterior, a cesta, que custava R$ 193,97, ficou 4,38% mais cara.
O reajuste foi a terceira maior variação mensal entre as 16 capitais pesquisadas. O aumento fez Florianópolis passar do oitavo para o sexto lugar na lista das cestas básicas mais caras do país. Nos últimos 12 meses, os preços na Capital cresceram 14,77%.
Todos os valores superam com folga os índices de inflação registrados na cidade. Em março, os preços elevaram-se 0,93% e, nos últimos 12 meses, 6,56%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor medido pelo Instituto Técnico de Administração e Gerência (Itag) da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
O tomate — que por conta da entressafra ficou 64,54% mais caro — e a batata — que aumentou 8,55% — registraram as maiores altas, enquanto as maiores baixas ficaram por conta do açúcar (-6,14%) e do feijão preto (-3,64%).
Impacto sobre o salário mínimo ficou menor
Com o aumento do salário mínimo, em 1º de março, de R$ 380 para R$ 415, a despesa da cesta reduziu seu impacto sobre o mínimo, passando de 55,48%, em fevereiro, para 53,03%, no último mês.
“Mesmo assim ainda é muito alto”, reclama o supervisor técnico do Dieese-SC, José Álvaro de Lima Cardoso.
O cálculo da cesta básica abrange apenas os itens da alimentação de um adulto durante um mês. Para saber quanto seria necessário para o sustento de uma família, no mesmo período, o Dieese levanta o valor do chamado salário mínimo necessário, que ficou em R$ 1.881, em março.
No cenário nacional, os produtos em destaque foram o óleo de soja, único alimento a subir em todas capitais pesquisadas, e o pão de trigo, que aumentou em 14 das 16 cidades. Os preços desses alimentos são pressionados pelos recordes alcançados pelos grãos no mercado internacional. Além disso, o Brasil enfrenta dificuldades na compra de trigo de seu maior fornecedor, a Argentina.
(João Grando, DC, 03/04/08)