Casal roda o mundo divulgando aquecedor solar e forma de vida mais sustentável

Casal roda o mundo divulgando aquecedor solar e forma de vida mais sustentável

O tecnólogo mecânico Arlindo Romero e sua esposa, a pedadoga Marisa Romero, darão a volta ao mundo em quatro anos na “Expedição Siga seu Coração”, com o objetivo de demonstrar na prática como é possível viver bem e de uma forma a impactar o mínimo possível o meio ambiente. Para isso, eles irão construir e ensinarão a usar um aquecedor solar formado de materiais reciclados.
O equipamento, desenvolvido por José Alcino Alano, brasileiro de Tubarão (SC) é uma invenção que lhe valeu a conquista do Prêmio Super Ecologia 2004, oferecido pela Revista Super-Interessante. Os viajantes acreditam que, além de economizar energia (elétrica ou gás) e beneficiar diretamente ao meio ambiente, esse projeto desperta nas pessoas a consciência de reaproveitar embalagens pós-consumo descartadas no meio ambiente, como garrafas PET e caixinhas longa vida.
“Existem vários sistemas disponíveis na internet, todos livres de direitos autorais, alguns mais complexos e eficientes outros mais simples e de baixa eficiência. O do Sr. Alano é de longe o mais bem concebido e com a melhor relação custo/eficiência térmica, isso sem falar do aspecto reciclagem”, afirma Arlindo ao explicar como escolheu o projeto de aquecedor solar a ser divulgado na expedição.
O casal atuará em comunidades urbanas de baixa renda, comunidades agrícolas, acampamentos legalizados, entidades assistenciais, programas humanitários, cooperativas e escolas nos cinco continentes.
Pé na estrada
A primeira etapa da expedição (que incluiu a travessia da Patagônia e do deserto do Atacama) já foi cumprida e serviu para que todos os equipamentos fossem testados e a logística aprovada. Em setembro, Arlindo e Marisa partem para a realização do desafio completo, que iniciará nas Américas, seguirá para Japão e Coréia e passará pela Austrália. Em seguida rumam para o sudeste asiático e a Índia até a África. As últimas etapas incluem duas passagens pela Europa, além de Rússia e China. A chegada ao Brasil está prevista para o segundo semestre de 2012.
Para garantir a segurança da expedição, o casal viajará com uma pick-up, cabine dupla, 4×4, diesel, preparada e equipada para ter autonomia (água, energia elétrica e combustível) nos diferentes terrenos e percursos a serem explorados. Contarão também com um quadriciclo 4×4 para apoio em caso de emergências e ampliação das possibilidades de deslocamento – uma vez que a barraca é fixada no teto da pick-up, o que imobiliza a caminhonete quando montada. Haverá ainda uma carreta especialmente desenvolvida para transporte do quadriciclo e de todos os equipamentos necessários para os treinamentos e construção dos aquecedores.
Arlindo reforça que a logística de uma expedição deste porte é bastante complexa. “Como viajaremos pelos cinco continentes, o transporte dos veículos entre eles será marítimo e, neste caso, os veículos serão embarcados em um container em um país e desembarcados em outro, gerando trâmites alfandegários de exportação e importação que exigem antecedência na preparação”, explica.
Além disso, o roteiro deve ser flexível em relação ao momento político-social dos países (confrontos armados, epidemias, catástrofes, etc.) e quanto às condições climáticas. “Quanto mais nos aproximamos dos pólos mais difícil e arriscado se tornam os deslocamentos, portanto, os mesmos devem ser evitados no inverno”, acrescenta.
O casal já vivenciou um pouco da emoção que os aguarda na expedição durante a viagem inicial à América do Sul. “Foram 45 dias de viagem em que percorremos aproximadamente 17 mil quilômetros, entre estradas asfaltadas, estradas de rípio – que é um tipo de pavimentação de pedra – e, por fim, na Bolívia, eram apenas trajetos sem sinalização, somente caminhos no altiplano”, recorda Arlindo.
Nos dias de deslocamento entre um ponto e outro do roteiro eles saíam cedo dos campings para aproveitar bem a luz do dia e percorriam de 400 a 800 quilômetros por dia – essas distâncias dependiam do tipo da estrada a ser usada. “Esta variedade de condições deu à expedição mais emoção e mais colorido para as nossas fotos e filmes”, concluem.
Saiba mais sobre o sistema de aquecimento solar a ser divulgado na expedição.
(Sabrina Domingos, Carbono Brasil, 01/04/08)