07 abr Aquecimento global preocupa todo o planeta
Começaram essa semana, na Tailândia, as negociações formais com intuito de proteger o planeta dos piores efeitos do aquecimento global, reduzindo as emissões de gases-estufa, para evitar futuramente conseqüências catastróficas ao meio ambiente. Diplomatas de 190 países, entre eles, um brasileiro, o diplomata brasileiro Luiz Alberto Figueiredo Machado, além de representantes da União Européia se reuniram na cidade de Bancoc, ao longo dessa semana, para debater um plano de ação mundial que conduza.
A intenção é conduzir até o próximo ano, um tratado climático que substituirá e ampliará as metas do Protocolo de Kyoto a partir de 2013 já que esse protocolo vence um ano antes, em 2012. O chamado Mapa do Caminho de Bali estabelece que países que estão desobrigados de cortar emissões, como os gigantes do Terceiro Mundo adotem compromissos para atuar no clima. O mapa põe esses países num “trilho” de negociações diferentes do Protocolo de Kyoto, mas obriga os Estados Unidos a adotar ações equivalentes iguais a dos 37 nações industrializadas.
O Mapa do Caminho de Bali também estabelece os quatro eixos do novo acordo: metas globais para redução de emissões – o ponto mais controverso, que ficou de fora da decisão de Bali – adaptação à mudança climática, financiamento aos países em desenvolvimento e transferência de tecnologia. Figueiredo é o presidente do grupo que negocia o acordo pós-2012. Da habilidade política do ministro do Itamaraty depende em parte o futuro próximo do processo. Um impasse este ano, poderá atrasar o processo a ponto de impedir um acordo para o próximo ano, prazo crítico para que ele comece vigorar em 2013.
A principal dificuldade é a de sempre: como distribuir o sacrifício. A União Européia quer uma meta de corte de 25% a 40% das emissões até 2020 (em relação aos níveis de 1990). O Japão quer estabelecer metas não nacionais, mas por setor da economia. Os EUA, maiores emissores do mundo, resistem a metas nacionais obrigatórias enquanto China e Índia não as adotarem.
Campanha mundial faz alerta
São Paulo (Folhapress) – Uma campanha mundial para mostrar preocupação com o aquecimento global e o desperdício de energia foi organizada esta semana. Ícones permanentemente iluminados da civilização como a Ópera de Sydney e a ponte Golden Gate, em San Francisco se apagaram para marcar a Hora da Terra , uma campanha mundial a respeito do tema sugerido.
O movimento – organizado pelo grupo ambientalista WWF – pediu aos cidadãos do mundo inteiro que apagassem suas luzes por uma hora. Segundo estimativas é possível que 100 milhões de pessoas em 380 cidades e 3.500 empresas tenham aderido ao blecaute voluntário.
O uso de energia elétrica é a principal causa do aquecimento global, já que a produção de energia na maior parte do mundo requer combustíveis fósseis, como o carvão mineral. Em sua queima, eles emitem CO2, o principal gás do efeito estufa.
A Hora da Terra foi realizada pela primeira vez no ano passado, em Sydney, maior cidade australiana, e tornou-se um fenômeno mundial em seu segundo ano de realização. Em toda a Austrália, segundo uma pesquisa feita pelo instituto AMR International, 58% das pessoas apagaram suas luzes. O consumo de eletricidade no país caiu mais de 3%. As luzes também se apagaram em Copenhague, no Palácio Real de Estocolmo, no Parlamento de Budapeste e na Prefeituras de Londres.
Reunião chega a um acordo
Bangcoc (AE-AP) – Negociadores chegaram a um acordo sobre um ambicioso calendário de conversas em busca de um histórico acordo para conter o aquecimento global. A agenda foi acertada apesar da disputa envolver os japoneses e os países em desenvolvimento sobre como cortar as emissões de gases causadores do efeito estufa. As negociações vão incluir temas como que podem cortar emissões envolvendo países ricos devem transferir tecnologias aos pobres para produção de energias mais limpas. A cidade de Copenhagen sediará as discussões em 2009.
Os delegados dos países também saudaram o acordo. A principal delas envolve o fato de os EUA e o Japão quererem que os países em desenvolvimento aceitem metas para controlar as emissões de gases. O acordo pretende estabilizar as emissões de gases nos próximos 10 anos.
Fonte: Folha de Pernambuco
(Centro de Estudos em Sustentabilidade da EAESP, 06/04/08)