20 dez Caos na Ilha
Da coluna de Moacir Pereira (DC, 20/12/07)
Recebo e transcrevo mensagem do presidente da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis sobre os últimos acontecimentos na Ilha de Santa Catarina. O debate sobre crescimento desordenado, falta de planejamento, disciplina nas construções deve prosseguir.
No texto: Prezado Moacir, sobre alguns acontecimentos na Ilha, você noticiou que em decorrência de evento de motocicletas em Ingleses todo o sistema viário ficou comprometido na região. A Regional da ACIF apóia eventos desta natureza pela expressão turística, financeira e sobretudo pela atração que exerce sobre a comunidade local.
Para a sua realização há necessidade de liberação do evento da autoridade responsável. Cabe a ela aprovar ou não a solicitação e exigir dos promotores que se adaptem ao que foi convencionado, notadamente, serviços médicos e policiais. Sobre a falta de Água na Ilha – evidencia que não estamos preparados é o caos anunciado com meses, anos de antecedência. E o que fazem nossas autoridades?
Culpam o turista, culpam àqueles que trazem justamente riqueza para a cidade. Agora o Presidente da CASAN prega a limitação de turistas e deseja transformar a concessionária em exatoria fiscal.
Devemos pensar como as autoridades de Manhattan (Condado ou Município de Nova Iorque). É UMA ILHA, possui uma área de 85 km², uma população de 1,5 milhão de habitantes o que equivale a uma densidade de 25 mil habitantes por km2.. A ilha de Santa Catarina mede 433Km², 05 vezes mais do que Manhattan. De acordo com o IBGE, em 2005 viviam em Florianópolis 396.778 habitantes, densidade de 930 ha por km2.
Portanto temos muito espaço para crescer.Temos que exigir das autoridades planejamento público, um “PLAMEG” aos moldes do que Celso Ramos fez para Santa Catarina nos anos 60. No caso da agua e saneamento básico não há falta de dinheiro. Há recursos disponíveis na iniciativa privada, em menos de 05 anos poderíamos resolver todos os problemas da balneabilidade da Ilha, as “línguas pretas” nas praias, mas, pela ausência de um debate mais aprofundado, CASAN e Prefeitura, de forma equivocada, assinaram um contrato por mais 20 anos, cujos resultados futuros são absolutamente previsíveis – vão continuar os problemas.
Florianópolis precisa de 200 milhões e a Região Metropolitana outros 300 milhões. A CASAN não tem estes recursos. O que precisamos é de um novo modelo institucional para resolver estas questões. Sobre a falta de energia – A ACIF em 2006 juntamente com o SINDUSCON e CDL estiveram na Câmara de Vereadores defendendo a Subestação da CELESC na Ângelo Laporta. Mostramos aos senhores vereadores os problemas futuros, fomos criticados, vaiados, a Câmara de forma equivocada, votou contra a realização do projeto.
Os resultados estão aí, mas não foi falta de aviso. Desejo te cumprimentar pelos excelentes comentários exarados na tua coluna, especialmente, quando focas os problemas de nossa cidade. É a única “trincheira administrativa” , confiável, verdadeira, que expressa a ira dos que gostam desta cidade. Esgotada esta trincheira só nos resta o Ministério Público.
Parabéns, Dilvo Tirloni.