03 dez A praia dela é o turismo de negócios
Da coluna de Juliana Wosgraus (DC, 02/12/2007).
Entrevista: Carmem Maria Peters
Carmem Peters nasceu em Rio do Sul, é casada com Roland Peters, tem três filhos e três netos, formação superior em Turismo e Hotelaria, e cursou, mas não concluiu, Psicologia e Filosofia. Presidente do Florianópolis Convention e Visitors Bureau por seis anos, dia 10 ela passa o comando para Jô Cintra. São 85 associados, entre agências de viagens, restaurantes, hotéis, pousadas, organização de eventos, bares e outros negócios.
Nessa conversa com a coluna, Carmem fala dos ganhos e de como evitar perdas com o boom turístico na Capital catarinense e, principalmente, o que fazem para atrair gente na baixa temporada, através do turismo de negócios, a sua praia.
Qual a principal ação do Convention Bureau?
É captar eventos pra cidade de Florianópolis. Ultimamente triplicou o número de convention no Brasil, são 88 hoje. Só em Santa Catarina temos 13.
Nestes seis anos em que preside o Bureau, o que mudou no turismo local?
Antes não se falava numa integração do segmento turístico, nem em eventos como se fala hoje. Os eventos nesses seis anos aumentaram 58%. Hoje acontecem grandes, médios e pequenos. Antes era um evento esportivo esporadicamente, uma feira.
O que falta integrar no segmento turismo?
São os segmentos que estão relacionados como o transporte, a sinalização, a informação turística na chegada de Florianópolis, a qualificação de mão-de-obra dos motoristas de táxi.
O turismo de eventos é a salvação da baixa temporada?
Com certeza. Todos os hotéis do Centro são beneficiados com ocupação boa pelos eventos no Centrosul, e os hotéis de praia, com os eventos do Costão do Santinho, porque sempre respinga hóspede.
Qual a posição do Bureau no caso da Operação Moeda Verde contra o Costão do Santinho, um dos principais empreendimentos locais para o turismo de negócios?
O Convention Bureau se posicionou apoiando o empreendedor, no caso o Fernando Marcondes, porque ele é um dos grandes incentivadores do CB, sempre disposto a ajudar, financeiramente, indicando onde podemos conquistar eventos para Florianópolis, é um líder que provê para ele e provê para muitos. Não podemos nos manifestar porque na associação tem várias vertentes políticas, mas apoiamos o Dr. Fernando porque é presidente de honra do Convention Bureau.
Existe parceria com o poder público?
Estamos muito bem com a Santur e a Sol, secretaria de lazer do Estado. Com a municipal a gente começou bem, mas não teve aquela coisa de ser parceiro.
Como o turismo pode ser bom sem deixar danos?
Primeiro tem que ter política de sustentabilidade, ele precisa ser planejado, projetado, precisa um estudo do meio ambiente. Nós moramos numa Ilha, precisamos de um plano diretor e que contemple o bem-estar de quem vive na cidade, e depois de quem vem nos visitar. Por exemplo, turista de evento vem, vai embora em poucos dias, não causa impacto no trânsito e nas outras coisas, já no que vem a lazer temos que prestar mais atenção, esse não pode aumentar sem ter uma estrutura.
E qual seria essa estrutura?
Segurança, reurbanização do Centro a cidade, as calçadas… As pessoas gostam de caminhar a pé pelas ruas, conhecer igrejas, praças, monumentos, e nosso centro está muito feio. E saneamento, sem isso não dá pra fazer nada, ilha as baías Norte e Sul aí poluídas. Os meios de transportes também precisam melhorar muito.