26 nov Recicladores querem valorização
Estruturar a categoria e lutar pela valorização da profissão junto às instituições públicas são dois dos temas em pauta no 5º Encontro Estadual de Catadores de Materiais Recicláveis de Santa Catarina, das 9 às 17 horas de hoje, no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). Estima-se que existam cerca de 1, 5 mil catadores no Estado, número que pode ser maior já que muitos não são cadastrados em nenhuma associação .
De acordo com o engenheiro sanitarista e ambiental Israel Fernandes de Aquino, um dos coordenadores do projeto “Rede de Catadores de Santa Catarina”, o objetivo do evento é articular os trabalhadores para que possam lutar por melhores condições de trabalho. “A meta dos catadores de materiais recicláveis é que a profissão também seja remunerada e que possam receber salários, assim como os catadores convencionais recebem das Prefeituras”, justificou Aquino.
A justificativa é que os recicladores desempenham um trabalho fundamental dentro da sociedade, ou seja, ajudar no recolhimento do lixo e, ao mesmo tempo, contribuem para a melhoria na questão ambiental.”Graças ao trabalho deles, os aterros sanitários de todo País recebem uma quantidade muito menor de lixo. Por isso, a maior luta é que as prefeituras passem a encará-los de forma diferenciada e eles recebam um salário”, disse.
O projeto da rede de catadores é financiado pelo Conselho Nacional de Pesquisas e Tecnologia (CNPq) e envolve várias instituições, como Univalli, Companhia de Melhoramentos da Capital (Concap), Movimento Nacional de Catadores, Associação dos Coletores de Materiais Recicláveis (ACMR) e Senac.
Pela manhã, os catadores presentes no evento serão divididos em grupos de trabalho, quando irão discutir a baixa remuneração e falta de apoio da sociedade. À tarde, o coordenador do Comitê Interministerial de Inclusão dos Catadores de Materiais Recicláveis, Fábio Cidrin, abordará o tema através de palestra.
Quem pensa que mexer com lixo é uma tarefa desagradável por causa do mau cheiro ou dos produtos descartados, não conhece o trabalho de um grupo de recicladores de Florianópolis. O bom humor faz parte da rotina deles, que consiste em separar o que pode ser reaproveitado gerando novas fontes de renda. Depois desse trabalho, eles revendem os produtos, como plásticos, papel, papelão, vidros e latinhas.
Aos 40 anos, Mirian dos Santos, diz que encontrou na reciclagem a chance de ter um trabalho mais rentável e que lhe dá prazer ao mesmo tempo. “Nunca tive problema em trabalhar com lixo. Aqui, a gente se diverte e encontra produtos muito bons, como CDS e livros”, diz.
Saiba mais
O que pode ser reciclado
• Papel: jornais, revistas, cadernos, folhas de rascunho, papel de embrulho, sacos de papel e embalagens tetrapak.
• Plástico: garrafas de água e refrigerante, potes e frascos de alimentos, embalagens de produtos de higiene e limpeza, brinquedos e isopor.
• Vidro: garrafas, potes e frascos de alimentos e de perfumes e vidros de automóveis.
• Metal: fios, arames, latas de bebidas e de alimentos, pregos, parafusos, objetos de ferro, de bronze, de zinco e de cobre.
Tempo de decomposição
• Papel: três a seis meses
• Tampinha de garrafa: 150 anos
• Vidro: 4 mil anos
• Pneu: 600 anos
• Isopor: oito anos
• Jornal: seis meses
• Lata: indeterminado
• Fralda descartável: seis meses a um ano
• Palito de madeira: seis meses
• Pano: seis meses a um ano
• Bituca de cigarro: dois anos
• Camisinha: 100 anos
• Prancha de isopor: 80 anos
• Chiclete: cinco anos
• Linha de náilon: 650 anos
• Copo plástico: 50 anos
(A Notícia, 24/11/2007)