14 nov Ex-prefeitos avaliam atual caos urbano
Inverter o processo de elaboração do Plano Diretor foi uma das idéias que surgiram na quinta edição do debate “Pensando a Cidade”, realizado na noite de segunda-feira no auditório da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), em Florianópolis. A sugestão foi do ex-prefeito da Capital e ex-deputado federal Edison Andrino, ao afirmar que faria o caminho inverso do atual Plano Diretor Participativo se estivesse no comando do executivo municipal. “Começaria por um plano mais genérico, para toda a cidade, e depois passava para os problemas de cada bairro”, afirmou.
Andrino participou do debate junto com outro ex-prefeito, o deputado estadual Sérgio Grando, que também foi vereador de Florianópolis. A ex-prefeita e hoje deputada federal Ângela Amin foi convidada, mas não pôde comparecer por causa de compromissos em Brasília (DF).
O tema da discussão promovida pelo Sindicato da Construção Civil (Sinduscon) da Grande Florianópolis, foram os problemas do crescimento desordenado da cidade e propostas de soluções futuras.
Grando, que administrou a Capital entre 1993 e 1996 defendeu o planejamento participativo da cidade e o gerenciamento costeiro. Citou como exemplo Buenos Aires (Argentina), que transformou uma baía abandonada no moderno Porto Madero, um centro turístico e de negócios que recuperou a ligação da cidade com o Rio da Prata. Segundo o deputado estadual pelo PPS, o maior proprietário de terras em Florianópolis é o “desconhecido”, pois há diversas áreas irregulares ocupadas há décadas por famílias inteiras.
Para Andrino, prefeito entre 1986 e 1988, o aumento da violência e da pobreza em Florianópolis têm relação com o desmembramento do solo na cidade. Isso porque, segundo ele, a Constituição de 1988 transformou a Ilha de Santa Catarina em área da União, e a Prefeitura não pôde mais desmembrar os terrenos de posse. “Um exemplo claro disso é o Rio Vermelho, que podia ser uma grande área planejada, por ser um terreno plano sem áreas de preservação permanente. Mas os terrenos foram desmembrados ilegalmente, vendidos a qualquer preço e se tornou uma das regiões mais violentas e sem planejamento da Ilha”, opinou.
Comunidade dá dicas sobre nova avenida
Poucas pessoas estiveram presentes na apresentação da Prefeitura de Florianópolis sobre o andamento das obras da beira-mar Continental. A avenida foi elaborada para aliviar o trânsito da região que tem visto um crescimento imobiliário se acentuar nos últimos anos. Durante a apresentação, alguns representantes da comunidade fizeram observação sobre o traçado da pista. “A audiência foi muito boa. Demos sugestões que foram aceitas e devem ser adotadas”, disse Édio Fernandes, presidente da Associação Amigos do Estreito.
Entre as mudanças, está a utilização da rua Castro Alves. Segundo Édio Fernandes, a rua seria usada para os carros saírem da nova avenida e o traçado seguiria até a rua Sérgio Gil. A idéia, agora, é fazer o contrário. A Castro Alves vai servir como saída do Balneário e entrada para a beira-mar. “A gente também sugeriu a construção de um túnel para pedestres que ligará o Balneário ao mirante, no final da avenida. Lá, será uma área de lazer. A movimentação intensa de pessoas poderia gerar acidentes, mas com o túnel vai ficar mais seguro”, disse Édio.
A apresentação do andamento da obra para a comunidade foi realizada na Biblioteca Municipal Barreiros Filho.
(A Notícia, 14/11/2007)