Energias renováveis em debate

Energias renováveis em debate

Apesar de sediar o melhor laboratório de energia solar da América do Sul, na UFSC, – aos moldes dele há apenas mais um no Hemisfério Sul, localizado na Austrália – Santa Catarina ainda não deslanchou nesta área, a exemplo do que ocorre no restante do país. Para especialistas, é difícil entender como isso é possível, já que este tipo de energia pode gerar uma economia de até 80%. Em regiões como a China ou a Europa, os coletores solares são bastante utilizados. O tema será um dos assuntos abordados na Eco Power Conference, que começa hoje, na Capital.

O coordenador do Laboratório de Engenharia de Processos de Conversão e Tecnologia de Energia (Lepten), do departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, Sergio Colle, explica que em até dois anos e meio, em função da economia de energia, é possível ter o retorno do dinheiro investido em um coletor solar. O aparelho, que pode durar até 30 anos, é responsável por uma economia de 75% a 80%. Apesar de todas essas vantagens associadas às centrais solares, o professor adverte que é preciso adquirir o equipamento de profissionais qualificados.

– Em Criciúma, por causa da demora de um empresário, ficou muito mais difícil a venda dos coletores. Foi comercializado um equipamento de má qualidade e isso prejudicou a imagem de quem realmente é sério, por isso reafirmo que é preciso comprar de quem entende de energia solar – orienta o especialista.

A questão solar é apenas um dos pontos a serem debatidos durante a Eco Power, no Costão do Santinho Resort. Na avaliação do diretor do evento, Ricardo Bornhausen, no Brasil ainda se discute muito pouco as energias renováveis, em detrimento da nuclear e das hidrelétricas, que sempre são assunto de polêmica.

– O problema da energia renovável no Brasil é o custo, pois já dominamos a tecnologia, mas as barreiras podem ser eliminadas com uma larga produção em escala – pondera.

Se o objetivo é trazer à tona temas que estão borbulhando hoje, um deles é a agroenergia. Para o diretor de Açúcar e Álcool da Bunge, Martinho Silveira, a área passou a ser o assunto do momento.

– O Brasil tem um dos mais competitivos custos de produção de açúcar do mundo e no caso do etanol, em comparação com os EUA, é cerca de 40% mais baixo – destaca o executivo da Bunge.

Incentivos para empresas que adotam as iniciativas

Uma das principais polêmicas que envolvem energia e agricultura diz respeito ao cultivo de determinados alimentos para a produção de biocombustível. Outro assunto muito falado nos últimos dois anos é o crédito de carbono. O superintendente de Vendas em Crédito de Carbono do banco Real, Maurik Jehee, vai apresentar os riscos e a estruturação financeira da questão. Desde 2005, o banco vem mantendo esse tipo de operação.

– No Brasil, não há metas para reduzir a emissão de carbono, mas existem incentivos para as empresas que adotam a iniciativa – diz.

A consciência ambiental e de economia de energia não fica restrita às empresas. O engenheiro do departamento de engenharia comercial da Celesc, Luiz Antônio Garbelotto, explica que pequenas atitudes, como utilizar a chamada lâmpada fria, ou trocar o chuveiro elétrico pelo aquecimento solar, geram resultados bastante positivos.

Saiba Mais

Data: de hoje até sexta-feira. Abertura oficial às 19h
Local: Costão do Santinho Resort
Informações: 0800 643 1400
E-mail: info@ecopowerbrasil.com.br
Site: www.ecopowerbrasil.com.br
Valor da inscrição: agora, só estão sendo feitas no local, ao preço de R$ 2,7 mil. Utilização da força do sol garante até 80% de economia para uma residência

Para o seu filho ler

Um dos assuntos que mais causa preocupação, hoje, é o aquecimento glogal. Isto significa que toda a poluição produzida pelas pessoas, se não for reutilizada, acaba prejudicando a natureza. O meio ambiente, com a crescente emissão de fumaça, como o que sai dos carros, por exemplo, está reagindo a esta poluição. O resultado são mudanças nas temperaturas do planeta Terra, que estão cada vez mais elevadas. A alternativa para reduzir a poluição é usar fontes alternativas, ou renováveis, como o biocombustível ou a energia solar.

(Graziele Dal-bó, DC, 28/11/2007)