25 out Crueldade com animais
Artigo de Dorvalino Furtado Filho, Médico veterinário e Diretor de Comunicação da Ong FloripAmanhã (DC, 22/10/2007)
Nenhum animal sofre menos do que os humanos. A dor é a mesma para eles. E eles não podem ajudar a si mesmos. Nós, racionais, temos a obrigação de protegê-los da dor e da humilhação, pois os animais vivem na mesma comunidade moral dos humanos. Não se condenou e nem foram “mofar” na cadeia os humanos que em Santa Catarina maltrataram animais, de forma criminosa, vil, sádica e covarde. Não se aplicou, ainda, as leis e direitos que asseguram aos animais de qualquer espécie o direito à vida e de serem fiéis a nós humanos.
A imprensa catarinense mostrou com uma realidade chocante os maus-tratos a cães, cavalos e até assassinato de um tubarão-martelo em Florianópolis. Aliás, este que matou a fêmea de tubarão-martelo não teve um mínimo de piedade ao cortá-la e vê-la, ao mesmo tempo, dando à luz seus filhotes. Nasceram e foram para o mar. Deus queira que do alto-mar estes filhotes não voltem para vingar a mãe.
Recentemente o DC deu ênfase a um projeto tramitando na Assembléia Legislativa de SC que estabelece controle para extinção gradativa dos cães da raça pit bull. O deputado poderia estabelecer em seu projeto punição, sim, para os donos destes pit bulls, aí seria coerente. Pit bulls, hoje, na maioria, em qualquer lugar, só são violentos porque foram educados assim pelos donos.
O pit bull, ou american pit bull terrier, tem como característica a resistência, autoconfiança e alegria de viver. Em cães bem adestrados e com donos de responsabilidade e sem instinto assassino, transferido ao cão, podem aflorar no animal os valores afetivos da raça, ou seja, o cão gosta mesmo é de agradar e é cheio de entusiasmo. Chamem, sempre, a justiça e condenem, sem piedade, os donos que os tornaram violentos e impiedosos.
Os deputados e as representações da Medicina Veterinária no Estado, antes de apreciar este projeto, devem pensar nos mecanismos de punição aos donos dos pit bulls. Ghandhi tinha razão, “julga-se a grandeza de uma nação pelo modo com que seus animais são tratados”.