26 out Covardia com animais
Artigo de Dorvalino Furtado Filho – Médico veterinário e Diretor de Comunicação da Ong FloripAmanhã (A Notícia, 26/10/2007)
Nenhum animal sofre menos do que os humanos. A dor é a mesma. E eles não podem ajudar a si mesmos. Nós, racionais, temos a obrigação de protegê-los da dor e da humilhação, pois os animais vivem na mesma comunidade moral dos humanos.
Nunca se condenou nem foram “mofar” na cadeia os humanos que em Santa Catarina maltrataram animais de forma criminosa, vil, sádica e covarde. Não se aplicaram, ainda, as leis que asseguram aos animais de qualquer espécie o direito à vida.
A imprensa catarinense já mostrou, de forma chocante, os maus-tratos a cães, cavalos e até o assassinato de um tubarão-martelo em Florianópolis. Aliás, quem matou a fêmea de tubarão-martelo não teve um mínimo de piedade ao cortá-la e vê-la, ao mesmo tempo, dando à luz seus filhotes. Eles foram para o mar.
Recentemente, A Notícia deu ênfase a um projeto que tramita na Assembléia Legislativa que estabelece o controle para extinção gradativa dos cães da raça pit bull. O deputado poderia estabelecer em seu projeto punição, sim, para os donos desses animais. Aí seria coerente. Pit bulls, hoje, na maioria, só são violentos porque foram educados assim pelos donos.
O pit bull, ou American pit bull terrier, tem como características a resistência, a autoconfiança e a alegria de viver. Em cães bem adestrados e com donos de responsabilidade e sem instinto assassino transferido ao cão, podem aflorar os valores afetivos da raça. O cão gosta mesmo é de agradar e é cheio de entusiasmo. Chamem, sempre, a Justiça e condenem, sem piedade, os donos que tornaram esses animais violentos e impiedosos.
Os deputados e os representantes da medicina veterinária no Estado, antes de apreciarem este projeto, devem pensar nos mecanismos de punição contra os donos dos pit bulls agressivos. Mahatma Ghandhi tinha razão: “Julga-se a grandeza de uma Nação pelo modo com que seus animais são tratados”.