Praça Celso Ramos em completo abandono

Praça Celso Ramos em completo abandono

Lixo pelo chão, falta de calçamento, lama, monumentos pichados e bancos em mal estado de conservação. Construída em homenagem ao ex-governador Celso Ramos, na Avenida Beira Mar Norte, a praça que dá nome ao político famoso se encontra hoje em completo estado de abandono.

Localizada em uma extensa área nobre da cidade, além de exibir uma estátua de Celso Ramos, a praça envolve uma das quatro Estações Elevatórias de Esgoto, construídas no início do século XX e que agora é alvo de pichações.

Segundo o funcionário público Armando Costa, 65 anos, que mora na frente da praça, o local hoje é tomado por indigentes, principalmente à noite. Ele diz que o esvaziamento não é causado apenas pela falta de conservação, mas pela própria cultura da nova geração, que prefere os shoppings.

“Podes observar que mesmo a Praça XV é freqüentada em sua maioria por pessoas mais velhas. Acho que as praças deviam se modernizar e criar novos atrativos”, diz ele, que já foi prefeito de uma cidade do interior. “Também não é tão fácil e barato cuidar de um lugar desses, que exige no mínimo sete funcionários. Acho que existem outras prioridades, como obras de saneamento e calçamento dos bairros”, completa.

A área também possui um parque infantil que poderia ser revitalizado e os esportes coletivos, como futebol, são possíveis apenas na base do improviso e no meio da areia ou da lama, quando chove. “Se tivesse um gramado por aqui iria ser legal”, diz o estudante Jackson Fernando Pedroso, de 15 anos, que mora próximo a praça.
Atualmente, os raros momentos de movimento acontecem nos dois dias de feira.

Segundo o diretor do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), Ildo Rosa, existe a possibilidade de estabelecer uma parceria entre a comunidade do entorno da Praça Celso Ramos.

“A idéia é que todo e qualquer espaço público seja compartilhado com a comunidade”, explica ele, que também projeta um trabalho conjunto com a iniciativa privada. “No futuro, imagino abertura de licitações para negócios como barzinhos, que se encarregariam de conservar a área e a prefeitura entraria como fiscal”.

(Notícias do Dia, 03/09/2007)