Florianópolis, adeus

Florianópolis, adeus

O encanto da “Ilha da Magia” tem atraído admiradores, investidores e muitos novos habitantes. Aí acaba o encanto porque a cidade cresce acima do que comporta a sua infra-estrutura, o que explica, ao menos em parte, as causas que deram origem à Operação Moeda Verde, na qual todos percebemos a presença do poder econômico ludibriando a legislação e “afetando” autoridades. No que se refere a ” Floripa”, já escrevi sobre a ocupação indevida dos morros e também sobre a curiosa malha rodoviária insular, descuido imperdoável dos antigos administradores da ilha. Construir estradas sem reservas de domínio. Hoje, pela mesma rodovia que você vai, você tenta, em muitos dias da temporada de Verão, voltar (Joaquina, Costão do Santinho, Daniela, Pântano do Sul, etc).

Instigante e não menos patética é a atual política de acolhimento dos turistas que aqui chegam por via rodoviária. Muitos e tantos, acostumados com a tradição do Portal Turístico de Florianópolis, na cabeceira da ponte, local estratégico e popular para o tradicional “boas-vindas” e orientação turística, se deparam, pasmem, com um “quartel” da Guarda Municipal. Ou seja, a atual administração fechou todos os postos turísticos, inclusive nas praias mais famosas. O turista que se vire!

Isso lembra, de muito perto, a famosa história do Comendador Lafayette, em Nova York, há “um século atrás”, que deu origem à profissão de relações públicas. Disse ele, após mandar fechar um ramal ferroviário, sem dar conhecimento à população: O povo que se dane! Qual é a resposta que vamos dar ao turista “perdido” que veio em busca do “encanto”? A mesma de cem anos atrás!

Silvio Luzardo – Professor e comunicador (DC, 27/09/2007)