13 ago Plástico
Da coluna de Roberto Azevedo (DC, 12/08/2007).
Há uma verdadeira guerra de interesses por trás do plástico oxibiodegradável. Ao ler o questionamento técnico feito por geólogos e engenheiros químicos na coluna, que não concordam que o material seja uma solução ecológica, como o anunciado, o deputado Onofre Agostini (DEM) já estuda propor uma audiência pública para debater o assunto em Santa Catarina.
Onofre é autor do projeto na Assembléia Legislativa que torna obrigatória a utilização do plástico por todos os estabelecimentos comerciais do Estado. Em São Paulo, projeto idêntico foi vetado pelo governador José Serra (PSDB) e pelo prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab (DEM).
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Empresas produtoras de embalagens e que apostaram na tecnologia, como a Royal Pack, que lançou o Green Pack (pacote verde), questionam as informações de especialistas, que o polímero oxibiodegradável, por se tratar de uma macromolécula estável, derivada do petróleo, demore mais tempo para se deteriorar no ambiente. Alegam que este formato não tem o princípio químico que as fábricas utilizam para tornar o material ecologicamente viável.
Disparam, ainda, contra as empresas petroquímicas, fornecedoras da matéria-prima do plástico comum, que estariam fomentando a polêmica. Na semana que vem, a Royal Pack promete emitir uma nota oficial. Antes disso, fica evidente o clima de confronto comercial, técnico e político que torna a história, até então, nada biodigerível.
É claro, no meio desta bronca está o consumidor, que precisa ter mais informações para se posicionar diante desta nova questão ambiental.