10 ago Pedestres dividem pistas com veículos
O ato de atravessar uma rua pode ser muito arriscado para os pedestres. Faz parte do dia-a-dia as reclamações de motoristas que trafegam em alta velocidade, não respeitam as faixas de segurança e atravessam o sinal vermelho. No entanto, em alguns locais da cidade tentar andar na calçada também pode representar um risco. A avenida Mauro Ramos, na Capital, é um caso emblemático.
Em dois pontos da avenida, uma das principais vias de acesso da região central, não há calçada e o pedestre é obrigado a transitar na faixa de rolagem, expondo-se ao risco de atropelamentos. Um destes locais fica perto da esquina com a rua Ângelo Laporta. Um antigo casario avança sobre o espaço que deveria ser ocupado pela calçada. Ao pedestre não resta outra opção a não ser dividir a pista com os carros e ônibus.
O chef de cozinha Ney Agostinho afirma que se sente inseguro sempre que precisa passar por aquele ponto. “Os veículos passam por aqui em grande velocidade e não há espaço para os pedestres. Imagine a dificuldade para pessoas com problemas de locomoção. Um cadeirante, por exemplo, é obrigado a passar pelo meio da rua”.
O outro ponto problemático fica em frente ao Instituto Estadual de Educação, onde um conjunto de quatro casarios também avança sobre a calçada. Para o aposentado Leônidas Lima, o poder público deveria ter previsto esta situação. “Na época do tombamento da edificação, a Prefeitura já teria que ter pensado uma solução”, considera.
O presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Ildo Rosa, afirma que a curto prazo, a Prefeitura não tem muito o que fazer, já que os dois imóveis em questão são tombados e protegidos como patrimônio histórico. No entanto, Rosa antecipa que o Ipuf vem trabalhando em amplo projeto de um novo conceito para a avenida Mauro Ramos. “A proposta parte da ciclovia na avenida Hercílio Luz e que deve seguir por toda a extensão da Mauro Ramos. A avenida precisa de readequação, já que registra um grande número de atropelamentos e um fluxo cada vez maior de veículos”.
(A Notícia, 10/08/2007)