28 ago Córrego é contaminado por esgoto e lixo
O esgoto a céu aberto e o lixo acumulado chamam a atenção daqueles que passam pela rodovia Açoriana, na Tapera, no Sul da Ilha, próximo ao cruzamento com a rua do Juca. Os moradores conhecem o local como a “vala da rua do Juca”, mas segundo o presidente do Conselho Comunitário, Lisandro Machado, trata-se de um córrego que nasce no Ribeirão da Ilha. “Naquele local a água é limpa e tem até peixe, mas chegando na comunidade o córrego é contaminado pelo esgoto”, conta. De acordo com os moradores, a falta de um sistema de saneamento básico é o principal problema enfrentado no bairro.
Machado afirma que toda aquela região é uma área de mangue que foi sendo aterrada ao longo do tempo, em um processo iniciado na década de 80. Atualmente, cerca de cinco mil famílias moram na localidade. “Como naquela área o lençol freático é muito próximo da superfície e o terreno encontra-se em adensamento, não é possível construir fossas, pois quando o solo é perfurado, logo a água começa a brotar”.
O líder comunitário destaca que a sujeira no local é motivo de brigas constantes entre os moradores. “Temos um relatório com 197 fotos comprovando esta situação. O problema é que além de lançar esgoto, algumas pessoas jogam lixo. A partir do momento que se transforma um córrego em vala, joga-se tudo o que aparece”, diz Machado. Ele destaca que o problema persiste mesmo com a Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap) realizando a coleta de forma eficiente.
O saneamento básico deve ser um dos principais temas das discussões na reunião da comunidade do Plano Diretor Participativo. O encontro ocorre hoje, a partir das 19 horas, na sede do Conselho Comunitário, localizado próximo ao posto da Polícia Militar. “Além da sujeira e do mau cheiro, este córrego deságua no mar, despejando esgoto em uma região de criação de ostras e mariscos, colocando em risco a produção”, completa.
Casan apresenta projeto para instalação de rede
Há dez dias, representantes da Companhia Catarinense de Água e Saneamento (Casan) estiveram na Tapera para conversar com a comunidade sobre o projeto de instalação da rede de esgoto. Segundo o engenheiro da Divisão de Projetos de Esgoto, Leandro Bassani, a nova rede atenderá as comunidades da Tapera, Pedregal, do Alto Ribeirão e da Freguesia do Ribeirão. O projeto prevê o atendimento imediato a uma população de cerca de 24 mil habitantes, podendo chegar a um público de 44 mil pessoas, que corresponde ao crescimento previsto para os próximos 20 anos.
Bassani explica que o projeto está pronto e se encontra na fase de análise, uma espécie de revisão, em que se verifica por exemplo, o dimensionamento da obra. “Ainda podemos mudar o tipo de tratamento. Inicialmente a proposta é usar um modelo de tratamento anaeróbio (sem a utilização do ar), seguido por um modelo aeróbico (com a utilização do ar). O tipo de tratamento aeróbico está em fase de estudo”, diz o engenheiro. A previsão da Casan é finalizar a etapa de análise do projeto até novembro, para lançar o edital de licitação para contratação da empresa responsável pela execução.
(Natália Viana, A Notícia, 28/08/2007)