23 jul Por que o mau cheiro?
Um marco na história da conservação da natureza de Santa Catarina em 2007: a adequação do Parque do Rio Vermelho ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação com direito a discussão comunitária, embasamento técnico e forte envolvimento do setor público e político. É uma área de quase 1,5 mil hectares que respira na cidade populosa. Infelizmente nem tudo é um mar de rosas e de ar puro por aquelas bandas. Na realidade, hoje são águas sem rosas que infestam o ar de quem passa na rodovia que divide esta Unidade de Conservação. O cheiro não é dos mais agradáveis. Na realidade, é terrível. Os passeios semanais de bicicleta já têm que buscar outros caminhos.
Me pergunto diariamente, pergunto aos meus amigos especialistas: uma estação de tratamento de esgoto tem que feder assim? Sendo positiva a afirmação, temos que apoiar os moradores do Bairro João Paulo que não querem uma estação lá. Ao invés de bicicletas e transeuntes, são caminhões e caminhões com resíduos que passeiam do Saco Grande ao Rio Vermelho dia a dia.
Muitas perguntas passam ainda na minha cabeça. Será que não temos tecnologia suficiente para tratar nossos resíduos sem feder? Será que não temos estratégia técnica consistente para que resíduos não fiquem perambulando por aí? Será que nossas leis são insuficientes para resolver este problema? Será que a mídia não pode ajudar para resolver este problema? Será que a saída é se acostumar? Não pode ser. Não será. Conclamo o poder público que dê publicidade à sociedade sobre o caso.
Adriana Dias – Doutora em Gestão Ambiental (DC, 22/07/2007)