Estudo aprova água do Sul da Ilha

Estudo aprova água do Sul da Ilha

As águas da baía Sul e a carne da ostras produzidas no Sul da Ilha de Santa Catarina estão dentro dos padrões sanitários nacionais e internacionais. A conclusão é de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) como parte de uma dissertação de mestrado e comprova que os moluscos podem ser consumidos sem problemas. Apesar dos bons resultados, a pesquisadora Roberta Juliana Ramos e o presidente da Associação dos Maricultores do Sul da Ilha (Amasi), Adécio Romalino da Cunha, dizem que a falta de saneamento básico na região pode trazer riscos à atividade no futuro.

Durante a pesquisa, Roberta analisou a quantidade de coliformes (bactérias que fazem parte do sistema gastrointestinal humano e outras não relacionadas ao intestino) e da bactéria escherichia coli presentes na água. Na carne dos moluscos, além da escherichia coli, ela mediu os níveis de concentração de outras bactérias, como estafilococos coagulase positivo, salmonella spp. e vibrio spp.

O trabalho levou em conta que há dois grupos de bactérias que contaminam os produtos marinhos: aqueles que estão naturalmente presentes no ambiente aquático, como o vibrio spp., e outros que são relacionados à contaminação por resíduos humanos (saídas de esgotos, por exemplo) ou de animais (como fezes de pássaros). Em todas as análises, os níveis ficaram dentro dos padrões exigidos para o comércio dentro e fora do País. Foram avaliadas 90 amostras de água e 180 de ostras.

O despejo de esgoto na baía Sul, porém, pode comprometer a maricultura no futuro. Roberta destaca que foram encontradas algumas quantidades grandes principalmente de coliformes a 45ºC (fecais ou resistentes à temperatura), parâmetro utilizado na legislação brasileira e internacional. Como possui pouca tolerância à salinidade das águas do mar, a detecção neste ambiente revela uma descarga constante de esgoto. Segundo a pesquisadora, os resultados “reforçam a necessidade de um programa de monitoramento da qualidade das águas de cultivo de moluscos bivalves contínuo, garantindo a segurança do consumidor”.

O presidente da Amasi diz que a entidade tem cobrado do poder público a ampliação da rede de esgoto no Sul da Ilha. “Os resultados deram bons, mas temos de continuar batalhando”, afirma. Adécio ressalta que a qualidade dos molucos e das águas na região é controlada e isso assegura a higiene do produto.

(A Notícia, 27/07/2007)