06 jun A CPI da Moeda Verde
Da coluna de Moacir Pereira (DC, 06/06/2007).
O relatório preliminar da Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara Municipal de Florianópolis sobre a Operação Moeda Verde será conhecido hoje, a partir das 14h30min. Será o primeiro indicativo sobre os reais objetivos da CPI. Ali se antecipará se seus membros querem mesmo apurar as denúncias envolvendo as denúncias de irregularidades em órgãos da prefeitura e qual a investigação sobre o envolvimento dos dois vereadores presos pela Polícia Federal.
Mais do que apurar estes atos e punir responsáveis, se confirmados os atos ilícitos, o que a população espera da CPI e da Câmara de Vereadores é uma agenda positiva. Que os órgãos do município sejam mais profissionais, atuem com mais ética e transparência, eliminando os intermediários e os atravessadores que hoje prejudicam o interesse público.
Enquanto os depoimentos são tomados e os documentos enviados ao Legislativo municipal, as atenções da população ficam voltadas para a Justiça Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público.
Privilégios
As informações contidas na suspeição dos advogados Tullo Cavallazzi Filho e Alexandre Araújo contra o procurador da República, Walmor Alves Moreira, colocam o ex-presidente da Câmara numa posição privilegiada. Desde que a Polícia Federal realizou as prisões, no dia 3 de maio, surgiram especulações, em diferentes círculos políticos, de que o vereador Marcílio Ávila teria sido avisado previamente. Isto explicaria a sua repentina viagem a Buenos Aires, quando sua agenda previa presença no Encontro Catarinense de Hotelaria, que a ABIH-SC realizou na mesma época em Blumenau. Ávila defende-se com os eventos na capital argentina e com ato do governador interino, Leonel Pavan, autorizando a viagem no dia 25 de abril. Esta data, coincidentemente, é a mesma em que o procurador Walmor Moreira pediu licença das atividades do Ministério Público Federal, alegando conflitos internos naquele órgão.
A hipótese da informação privilegiada já havia sido cogitada em decisão do juiz Zenildo Bodnar, quando decretou a prisão preventiva de vários dos denunciados na operação policial.
A expectativa, na Justiça Federal, é de que o juiz da Vara Ambiental acolha o requerido pelo empresário Paulo César Silva. A saber como reagirá o chefe do Ministério Público Federal em Santa Catarina diante da argüição e dos fatos concretos contidos no requerido.