17 maio Polícia Federal investiga quem deu pra quem na RBS!
Da coluna de Cezar Valente (De olho na Capital, 17/05/2007).
Todo mundo acha o máximo ver (e ouvir) na TV, trechos de escuta telefônica. Ainda mais quando o conteúdo joga uma lama federal sobre autoridades locais e estaduais.
Mas tem, neste caso das escutas que a TV dos gaúchos está colocando no ar, coisas muito estranhas: por que nenhum outro veículo teve acesso às gravações? A própria Polícia Federal está pê da vida com a história, que pode por em risco uma operação que estava indo tão bem, com aprovação popular e procedimentos cheios de cuidados.
Na verdade, houve um vazamento ilegal. Aquelas gravações só foram ao ar porque alguém violou a lei. Assim como ficamos satisfeitos que vereadores e empresários que tenham supostamente agido à margem da lei estejam sendo processados, deveríamos ficar preocupados com mais este crime.
Inquérito Policial
A coisa é tão grave que o Juiz Zenildo Bodnar mandou abrir um inquérito policial, para apurar o vazamento de informações da operação Moeda Verde. A lei de interceptações telefônicas (Lei 9.296/95) diz que “comete crime quem realiza interceptações sem autorização judicial ou quebra segredo de justiça sem a devida autorização ou com objetivos escusos”. A pena é de 2 a 4 anos de xilindró.
A Polícia Federal afirmou ontem, numa nota oficial, que “quem quer que tenha sido a pessoa que facilitou o acesso da mídia aos dados da investigação, será responsabilizado criminalmente”. Algum idiota sem noção (ou perfeitamente lúcido e sabendo o que fazia), deixou-se corromper e arriscou muita coisa para dar para a RBS esse material.
Coleguinhas de redes de TV concorrentes da RBS queixam-se, com toda a razão, do favorecimento. Falam de canais especiais e muito bem azeitados que dariam, à emissora dos gaúchos, algumas vantagens, como essa, da entrega de gravações que, teoricamente estariam sob proteção da lei (e em segredo de justiça). Esperam que o inquérito aberto pela PF lance alguma luz nessa questão nebulosa.
A PF diz que tiveram acesso aos CDs com áudios e transcrições das interceptações telefônicas, além da equipe da Polícia Federal, o Poder Judiciário, o Ministério Público Federal e “os advogados dos 22 alvos de prisão”. Bastante gente, portanto.
Só que, ao que tudo indica, virou questão de honra esclarecer este caso, para que a Operação Moeda Verde não acabe também manchada de lama.
Balança e cai
Em Florianópolis está ficando perigoso ter construções perto de casa. Dia desses, lá na Duarte Schutel, metade da rua desabou pra dentro do buraco aberto para a fundação de um prédio.
Há pouco tempo, quase na Osmar Cunha, um prédio inteiro teve que ser evacuado, porque ameaçava ruir graças às escavações feitas no terreno ao lado, para as fundações de outro edifício.
Neste final de semana, na Carvoeira, a quadra de esportes de um condomínio desabou (fotos acima), também porque, ao lado, estavam escavando as fundações de outro prédio.
O que será que houve com a engenharia florianopolitana? Fecharam o CREA? Será que não existe alguma maneira de construir sem causar dano aos vizinhos? A entrevista do engenheiro deste desastre acima foi de um cinismo exemplar. Como se a coisa fosse, além de inevitável, natural, normal: “depois a gente recupera a quadra”.
Então já sabe: se começarem a construir qualquer coisa ao lado da sua casa, trate de se mudar para a casa da sogra. Ou do genro. E rápido,