24 maio Moeda Verde coloca Ipuf e Câmara em rota de colisão
A Operação Moeda Verde – que prendeu políticos e empresários da cidade no início do mês – está tendo reflexos no relacionamento entre vereadores e o Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf). Os dois lados admitem o clima tenso. E vêem nas declarações públicas a principal fonte da rivalidade. Segundo Ildo Rosa, diretor do Ipuf, alguns vereadores se tornaram mais críticos e começaram a reclamar do instituto abertamente.
Ele cita João Batista (PDT) e Jaime Tonello (DEM). O primeiro reclamou da ausência de Ildo em uma audiência pública sobre o zoneamento da rua Deputado Antônio Edu Vieira. Já Tonello, segundo Ildo, colocou em suspeita um parecer do Ipuf durante discurso em plenário. “Percebe-se agora um ambiente rarefeito que iniciou logo após a Operação da Moeda Verde”, disse Ildo.
O vereador João Batista afirmou que se resume a defender a Câmara de Vereadores de declarações “infundadas”. “O Ildo Rosa chegou a dizer que a Câmara é uma gambiarra. Eu não me sinto bem quando vejo a Casa sendo alfinetada”, explicou.
Para o pedetista, os vereadores são criticados pelas constantes mudanças de zoneamento. Só que entende que isso é resultado da ação do Ipuf. “A gente é obrigado a fazer tantas mudanças porque o instituto não tem um plano diretor atualizado. Há duas cidades: a real e a planejada”.
Ildo Rosa disse não saber exatamente qual a causa da mudança de comportamento dos vereadores. Mas acredita que o fato de ser delegado da Polícia Federal (licenciado do cargo) pode estar relacionado. João Batista nega. “Ele (Ildo) é muito competente. Reconheço isso. A questão aqui é meramente institucional”, falou. Jaime Tonello não foi encontrado pela reportagem para comentar o assunto. A Câmara de Vereadores ainda não confirmou se vai homenagear o Ipuf pelos 30 anos de fundação, completados neste mês.
(Daniel Cardoso, A Notícia, 24/05/2007)