08 maio Empresário diz que não pagou por licença
Em entrevista coletiva, ontem pela manhã, o empresário Fernando Marcondes de Mattos, admitiu que costumava ligar para funcionários de órgãos ambientais, mas afirmou que jamais pagou para obter permissão de construir em áreas de preservação permanente. Marcondes disse que a tramitação dos projetos é muito lenta e os telefonemas foram feitos somente para pedir mais agilidade aos processos.
Ele ainda negou ter recebido qualquer oferta de favor por parte de diretores da Secretaria de Urbanismo e Serviço Público (Susp), da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (Floram) ou da Fundação do Meio Ambiente (Fatma). Marcondes disse ainda que houve mudanças no Plano Diretor de Florianópolis para beneficiar alguns grupos.
Sobre a suposta capacidade de pressão, o empresário, que é o dono do Costão do Santinho, disse que as autoridades públicas catarinenses são obrigadas a respeitá-lo porque ele trabalha há 50 anos por Florianópolis.
Marcondes revelou que teve acesso a todos os governadores estaduais e prefeitos de Florianópolis que passaram. No domingo à noite, Marcondes foi recebido pelo governador Luiz Henrique da Silveira, que ofereceu um jantar de solidariedade a partir das 19h.
Marcondes disse ser amigo do vereador Juarez Silveira há cerca de 20 anos. Eles teriam se conhecido durante a passagem do empresário como secretário de Planejamento da prefeitura de Florianópolis, na gestão de Esperidião Amin, do final da década de 1980. O assunto mais comum nas conversas entre os dois seria política.
O empresário desdenhou da comparação feita pela Polícia Federal de que a atuação do vereador é como a de um gânster.
– Ele não tem competência para isso – minimizou
Marcondes garantiu que pode haver algo errado na administração pública de Florianópolis, mas não acredita que exista uma quadrilha incrustada nos órgãos ambientais, como afirmou a Polícia Federal. O empresário admitiu que fez contribuições à candidatura a deputado estadual de André Luiz Dadam.
Marcondes disse que doou material de campanha, através da empresa de materiais plásticos Inplac, cerca de R$ 7 mil e pagou uma reunião política em que foram oferecidos salgadinho e cerveja para 500 pessoas, mas que acabou recebendo mil eleitores.
O comparecimento de mais gente que o combinado explicaria o trecho de conversas telefônicas em que Marcondes disse que o preço da campanha estava ficando alto demais.
Na entrevista, Marcondes mostrou o conteúdo de uma ordem cautelar emitida pelo Ministério Público Federal, e que foi enviada ao juiz, onde está escrito que “não integra a quadrilha… Fernando Marcondes de Mattos…”, entre outros nomes.
(DC, 08/05/2007)