Danos ambientais estão concretizados

Danos ambientais estão concretizados

Parte dos empreendimentos citados na Operação Moeda Verde já está concretizada. São obras prontas ou quase acabadas, quando já não estão em operação, como é o caso do Shopping Iguatemi. De que forma então recuperar o impacto ambiental já causado?

Segundo o biólogo e professor da UFSC João de Deus Medeiros, a ilegalidade flagrante pode resultar em demolição do empreendimento e posterior recuperação ambiental.

– Isso já ocorreu no Vilas do Santinho. Lá tiveram que demolir uma obra e recuperar a faixa de Marinha. Na Praia do Sonho, na época do aterro da Baía Sul, a dragagem feita por uma empresa holandesa causou grave acidente ambiental na área de restinga. E a empresa foi obrigada a promover a recuperação, remodelando as dunas e restingas – exemplificou.

Mas mais importante do que recuperar é não danificar, segundo o professor de Arquitetura e Urbanismo da UFSC Francisco Antônio Carneiro Ferreira. Para ele, a Capital deveria seguir modelos europeus de preservação. Cidades como Londres, onde os pedestres são o foco principal. Ou Paris, que até hoje mantém preservada sua arquitetura secular. Ou Amsterdã, onde o principal veículo de transporte é a bicicleta.

– O grande réu é o município de Florianópolis, que sequer tem uma unidade de conservação. Não tem um setor de planejamento ambiental. Sem isso, os parques vão continuar abandonados ou no papel. Temos que mudar o modelo de transporte da cidade, que estimula o uso de carros e também alterar o eixo do turismo, focando o lado ecológico e não o turismo de massa – ressalta.

(DC, 06/05/2007)