07 maio Danos ambientais estão concretizados
Parte dos empreendimentos citados na Operação Moeda Verde já está concretizada. São obras prontas ou quase acabadas, quando já não estão em operação, como é o caso do Shopping Iguatemi. De que forma então recuperar o impacto ambiental já causado?
Segundo o biólogo e professor da UFSC João de Deus Medeiros, a ilegalidade flagrante pode resultar em demolição do empreendimento e posterior recuperação ambiental.
– Isso já ocorreu no Vilas do Santinho. Lá tiveram que demolir uma obra e recuperar a faixa de Marinha. Na Praia do Sonho, na época do aterro da Baía Sul, a dragagem feita por uma empresa holandesa causou grave acidente ambiental na área de restinga. E a empresa foi obrigada a promover a recuperação, remodelando as dunas e restingas – exemplificou.
Mas mais importante do que recuperar é não danificar, segundo o professor de Arquitetura e Urbanismo da UFSC Francisco Antônio Carneiro Ferreira. Para ele, a Capital deveria seguir modelos europeus de preservação. Cidades como Londres, onde os pedestres são o foco principal. Ou Paris, que até hoje mantém preservada sua arquitetura secular. Ou Amsterdã, onde o principal veículo de transporte é a bicicleta.
– O grande réu é o município de Florianópolis, que sequer tem uma unidade de conservação. Não tem um setor de planejamento ambiental. Sem isso, os parques vão continuar abandonados ou no papel. Temos que mudar o modelo de transporte da cidade, que estimula o uso de carros e também alterar o eixo do turismo, focando o lado ecológico e não o turismo de massa – ressalta.
(DC, 06/05/2007)