04 maio Ação divide entidades civis da ilha
A operação deflagrada pela Polícia Federal foi recebida de forma diferente por duas entidades que acompanham de perto o crescimento urbano de Florianópolis. A União Florianopolitana das Entidades Comunitárias (Ufeco), que mobilizou protestos e ações judiciais contra alguns dos empreendimentos que estão agora sob a suspeita da Polícia Federal, quer aproveitar o momento para reforçar o debate sobre a exploração imobiliária na ilha e fala até em cassação dos envolvidos. Já a ONG FloripAmanhã, criada por empresários para discutir o crescimento sustentável da Capital, teme pelo envolvimento de inocentes no caso.
O presidente da Ufeco, Modesto Azevedo, diz que conversará com as bases comunitárias para iniciar uma campanha pela cassação dos vereadores e funcionários públicos envolvidos no esquema denunciado pela Polícia Federal. “Basta alguém passear pela cidade para ver a destruição. Aqui impera uma máfia, um grupo que está fazendo todo o tipo de manipulação para ver seus empreendimentos aprovados”, protesta.
Diante da ação iniciada ontem, Modesto se disse mais aliviado, mas com a certeza de que este é apenas o início do trabalho. Desde 2001, com a criação do Estatuto das Cidades, a Ufeco vem insistindo na discussão de um novo plano diretor para Florianópolis. “A cidade está um caos, não respeitam nem mangue nem o aqüífero. A ilha é muito vulnerável, mas parece que tudo se justifica diante de um suposto desenvolvimento sustentável e da geração de empregos, que são os argumentos usados por quem está à frente destas obras”, avalia.
O presidente do conselho da ONG FloripAmanhã, Alaor Francisco Tissot, defende o crescimento da cidade, mas reclama da forma como este crescimento vem ocorrendo. Ele é menos otimista sobre a operação deflagrada ontem. Tissot demonstra receio em relação aos métodos adotados e questiona o que chama de uma “pirotecnia”.
(A Notícia, 04/05/2007)