A operação e a eleição

A operação e a eleição

Da coluna de Moacir Pereira (DC, 18/05/2007).

A veiculação de conversas telefônicas entre alguns dos detidos na Operação Moeda Verde com autoridades, parlamentares ou empresários colocou nitroglicerina nos meios políticos, produzindo novas versões sobre os episódios, que há duas semanas monopolizam as atenções da população de Florianópolis, com repercussão em todo o Estado.

Há revelações, nos diálogos, que dispensam maiores apreciações. Elas explicam-se pelo conteúdo e dispensam até provas materiais. Mas há conversas que, extraídas do contexto, podem conduzir a julgamentos apressados. O caso mais recente envolve o procurador da prefeitura, Jaime de Souza.

Na matéria veiculada pelos veículos da RBS, ele requer atenção do secretário de Serviços Públicos, Renato Souza, em parecer sobre pedido de “habite-se” do Floripa Shopping. Faz questão de enfatizar a sua opinião sobre uma delicada questão jurídica.

O alvará de construção do empreendimento comercial foi expedido pela prefeitura em 2003, portanto, na gestão da ex-prefeita Angela Amin, e dentro das regras então vigentes. Como a Câmara Municipal aprovou nova regulamentação sobre shoppings em 2005, o procurador sustentou que a alteração das normas não deveria incidir sobre a obra já autorizada. Questiona-se o interesse do procurador em pleitear ação mais ágil da Susp. Ele explicou, na CBN/Diário, que a prefeitura queria a abertura do empreendimento.