Il festivale di LHS

Il festivale di LHS

Da coluna de Cesar Valente (De Olho na Capital, 05/04/2007).

Por favor me corrijam se eu estiver errado. Mas se o LHS tivesse sido prefeito de Blumenau, a Oktoberfest não teria sido criada e organizada pelos catarinenses. Ele teria trazido alguém de Munique para fazer a festa.

Esta decisão de trazer um italiano para organizar um festival catarinense é uma acintosa demonstração de desrespeito por nós todos. É um tapa, sem luva, na cara de todos aqueles que, ao longo dos anos, pastaram e pastam tentando animar, gerir e organizar a cultura catarinense.

Chamou-nos, o governo, a nós todos, de incompetentes, de gentinha subdesenvolvida, de incapazes de fazer qualquer coisa de bom. Curvou-se, Sua Excelência, mais uma vez, como colonizado inseguro, ao poder imperial dos estrangeiros. Que, como falam uma língua diferente, devem ser muito melhores e mais cultos.

Arreganha-se o governador à “qualidade” alienígena, negligenciando seu papel de animador, estimulador e fomentador dos talentos locais. Não se vê, nas ações de cultura do governo, respeito por nenhum de nós. Para “estimular” a dança, traz o Bolshoi, para melhorar o ensino, traz um curso francês, para “animar” a cena musical, traz um festival italiano. Em cada museu que ele visita na Europa, pergunta se não querem abrir filial em Santa Catarina.

E como andam as escolas de música catarinenses, as orquestras, as salas de espetáculo, as atividades culturais? Esse novo festival importado faz parte de um programa amplo de popularização da cultura? Ou é apenas mais um delírio bem intencionado de um governante que, no fundo, sonha ser o prefeito de Veneza? Ou Viena?