02 abr Espaço Viva Bem Floripa provocou reflexão sobre o futuro da cidade
Uma provocação para a cidade. Este foi o principal objetivo alcançado pelo Espaço Viva Bem Floripa, na opinião da presidente da Ong FloripAmanhã, Anita Pires. Durante nove dias, uma tenda montada no Largo da Alfândega levou ao público alguns dos projetos mais inovadores desenvolvidos na capital. Diversas pessoas, físicas e jurídicas, se associaram ou se tornaram voluntários da Ong que conseguiu, segundo Anita, conversar com a cidade. “Conseguimos construir uma ponte entre diversos movimentos comunitários, associações, empresas e instituições de ensino que estiveram envolvidos no Espaço”, diz a presidente.
Uma opinião praticamente unânime das pessoas que visitaram o local, segundo Anita, foi a falta de opções de lazer gratuitas e de cuidado com os espaços públicos. Durante a semana do evento, duas empresas adotaram o espaço conhecido como “Lago das Bandeiras”, na cabeceira insular da ponte. O projeto de revitalização paisagística da área vai contar com a participação dos integrantes da Oficina de Desenho Urbano realizada durante o evento.
Os participantes da oficina, profissionais e estudantes de arquitetura, discutiram os grandes projetos para a Ilha, apontaram erros e sugeriram melhorias. De acordo com César Floriano, sub-coordenador da pós-graduação e mestrado em Urbanismo, História e Arquitetura da Cidade, da UFSC, os trabalhos foram tão produtivos que devem gerar uma oficina permanente. “Estamos vislumbrando uma forma de manter a oficina em funcionamento constante, preferencialmente no mesmo formato de tenda e no centro da cidade, para permitir que o máximo possível de pessoas tenha acesso aos trabalhos produzidos”, diz. Uma reunião na próxima semana com integrantes do IPUF irá colocar o tema em pauta.
Na área de inovação tecnológica, o Espaço Viva Bem Floripa apresentou o projeto Calçada Digital, da Câmara de Dirigentes Lojistas, que disponibiliza acesso à internet sem cabo para associados de cinco bairros da Capital. Durante todo o evento a CDL manteve o sinal de internet (wireless) aberto no Largo da Alfândega. Uma mesa digital demonstrou a alta tecnologia desenvolvida pelo Sapiens Parque. E foi o pré-lançamento do Museu Digital que chamou mais a atenção dos visitantes.O projeto contempla a exibição virtual de Florianópolis em três dimensões: da terra, do ar e do mar. Mesmo sem orçamento ou sede para construção, o projeto despertou o interesse de algumas empresas interessadas em investir.
Na área cultural, foram expostas fotos do acervo da Casa da Memória – com imagens vencedoras de edições da Maratona Fotográfica de Florianópolis, demonstrações digitais do acervo do MASC – Museu de Arte de Santa Catarina e produção de uma obra coletiva.
Na sexta-feira (30) foram premiados os alunos vencedores do concurso de redação e desenho Viva Bem Floripa, que mobilizou 24 mil alunos da rede municipal de ensino.
Paralelamente ao evento foi promovido na Assembléia Legislativa um seminário para avaliar os resultados de uma ampla pesquisa feita pelo Instituto Mapa com moradores da Capital.
A participação aconteceu também pelo site especial sobre o evento criado pela Ong. Dezenas de pessoas participaram respondendo a pergunta “o que é viver bem em Florianópolis?”.
“Acredito que foi uma grande chance mostrar aos moradores algumas alternativas em tecnologia e cultura que podem se tornar fontes de geração de emprego e renda e, principalmente, abrir possibilidades inteligentes para um desenvolvimento sustentável”, diz Anita Pires.
(Ass. FloripAmanhã, 02/04/2007)