Marinas e piers

Marinas e piers

Da coluna de Cesar Valente (De Olho na Capital, 08/03/2007).

O governo do estado fez ontem uma reunião de emergência “por orientação do governador LHS” para discutir o embargo, determinado pela Justiça, de marinas e ancoradouros irregulares na Ilha de Santa Catarina.

Caso o LHS ainda me leia (às vezes ele fica de mal, achando que eu sou contra ele e para de ler a coluna), gostaria de dizer apenas uma coisa que é curtinha, mas é bem certa: não adianta nada dizer no rádio e na TV que está do lado dos empreendedores náuticos, que ama Florianópolis, que vai dar um jeito nisso, se mantiver, na secretaria do desenvolvimento sustentável, um funcionário (tem épocas que é apenas meio funcionário), sem estrutura e sem condições, para tratar do zoneamento costeiro. Providências que dependiam do governo estadual se arrastaram feito cágado manco durante todo o primeiro reinado.

A melhor coisa, agora, é olhar pro teu rabo, macaco. Quando a tua turma tiver feito o dever de casa e União, estado e municípios tiverem um ordenamento legal em cima do qual for possível determinar como se deve usar o litoral, podes subir na mesa e falar à vontade. Sobre coisas concretas, providências feitas e requisitos cumpridos e não fazer discursos no futuro imperfeito e incerto.

A atitude do governo do estado, por falar nisso, passa uma mensagem muito perigosa e nem sempre verdadeira: dá a entender que a Justiça não embargou a obra porque ela descumpriu a lei e sim porque procuradores e juízes estão a serviços de outros interesses.