12 mar A colônia de pescadores que conquistou moradores e turistas
Há apenas alguns quilômetros do agito da Lagoa da Conceição está a pacata e tranqüila Costa da Lagoa. O local, que é uma típica colônia de pescadores e um dos últimos redutos da cultura açoriana, transborda história e beleza natural. A colônia de pescadores que vivem como os seus antepassados chama a atenção mesmo de quem mora na Ilha. Casas antigas em estilo colonial e uma cachoeira são algumas das várias atrações que a Costa reserva. Uma vida em harmonia com a natureza e que rende um agradável passeio e boas memórias.
Existem três maneiras de se chegar à Costa da Lagoa. A primeira é de barco, saindo do trapiche localizado ao lado da ponte no centrinho da Lagoa. O percurso leva em média 40 minutos. Outra forma é também de barco, saindo do trapiche do Parque Ecológico do Rio Vermelho. São cerca de dez minutos de passeio. Por terra, a saída é no final da Estrada Geral do Canto dos Araçás. São cerca de dez quilômetros, percorridos em aproximadamente duas horas. Em meio à Mata Atlântica em regeneração, os aventureiros visualizam áreas de pesca, casarões antigos em estilo colonial, ruínas de engenhos, vilarejos, oficinas de artesanato, cachoeiras e riachos.
O barco que sai do centrinho é utilizado como transporte marítimo pelos moradores da Costa que trabalham na Lagoa. De hora em hora sai um barco da linha. Na temporada de verão o transporte está disponível de 30 em 30 minutos. Na embarcação guiada pelos integrantes da Cooperativa dos Barqueiros Autônomos da Costa da Lagoa, misturam-se turistas e moradores. Um dos cooperados é Antônio Brasiliano Lauriano, que há 15 anos percorre diariamente o trajeto. São aproximadamente 12 Km, do trapiche até o último ponto de embarque, o número 23.
O passeio reserva belezas desde o início. A começar pela nova perspectiva que se descortina à medida que a Lagoa vai ficando para trás. Pela embarcação passam esportistas de kitesurf e windsurf. Do lado direito, a Lagoa. Do lado esquerdo, a terra. O barco segue margeando a costa, passando pelo Canto dos Araçás. Casas simples dos nativos se misturam a outras luxuosas de quem fixou moradia mais recentemente ou construiu sua casa de veraneio. O barco faz algumas paradas nos pontos – mini-trapiches com cobertura construídos pela prefeitura – onde acontece o embarque e desembarque de passageiros. A dica é descer no ponto 21, quase no final da Costa.
Já em terra, o visitante é contagiado pelo clima local, marcado pela vida tranqüila levada pelos moradores. O barulho dos pássaros, o cheiro da vegetação e a brisa que vem do mar são um convite a horas de lazer, longe do tumulto da cidade. A sugestão é seguir pelo caminho que leva ao Canto dos Araçás. São alguns quilômetros de caminhada onde se descortinam as casas dos pescadores, casas coloniais preservadas e até ruínas de casas antigas. O caminho é tombado como patrimônio histórico e cultural e considerado área de preservação cultural.
Já no início do caminho, uma parada para um cenário inebriante: O encontro das águas da Lagoa com as de cor verde claro do entorno do Parque do Rio Vermelho, que de deslumbra à frente da Costa, cria um efeito que lembra as águas caribenhas. Um espetáculo à parte. Seguindo mais alguns minutos, o visitante se depara com uma grande cachoeira, que em períodos de pouca chuva pode ficar quase seca, deixando transparecer as rochas.
A Costa tem mais de 15 restaurantes que funcionam o ano inteiro. O cardápio é frutos do mar: uma comida simples feita pelos próprios moradores e tendo como matéria-prima o resultado do trabalho dos pescadores locais. Os restaurantes estão localizados de frente para o mar, propiciando uma visão privilegiada do local enquanto se saboreia o almoço.
(Imagem da Ilha, 12/03/2007)