Um Mercado Público e democrático

Um Mercado Público e democrático

Lugar onde a cidade mostra seu povo e o que ele faz de diferente, o Mercado Público Municipal, que completa 108 anos na próxima segunda-feira, consolidou-se como o espaço mais democrático de Florianópolis.

Com atividades arraigadas aos costumes e tradições locais, é parada obrigatória para quem passa pelo Centro. Manezinho ou turista, difícil não render-se aos encantos de um monumento que alia comércio, artesanato, gastronomia, música e folclore à descontração de uma cidade litorânea.

De valor incomensurável para a cidade, sua história começou em 1851, época em que funcionava na Praça XV, fazendo parte da orla marítima da antiga Vila de Nossa Senhora do Desterro. O Mercado, à beira do mar, concentrava toda a vida comercial da pequena cidade, que recebia produtos vindos do continente pelas balsas, já que a ponte Hercílio Luz ainda não existia.

O atual Mercado Público foi construído em duas etapas: a primeira, em 1899, contava com apenas uma ala. Em 1915 foi construída sobre um aterro a segunda ala, bem como as torres, as pontes que as interligam e o vão central. Hoje, mesmo diante das transformações urbanas, o Mercado Público segue como um dos principais pontos turísticos de Florianópolis. Não é à toa que a manhã do dia 19 de agosto de 2005 foi uma das mais tristes para os ilhéus. Neste dia, um incêndio destruiu parte do monumento. Do fogo que atingiu a ala norte do mercado, a primeira a ser construída, livrou-se uma relíquia: o relógio centenário alemão. O maquinário era utilizado pelo telégrafo há mais de 100 anos.

Com aparência de uma fortaleza medieval, o mercado representa a resistência da identidade cultural do manezinho. Talves esteja aí o segredo: unir em um mesmo espaço pessoas de todos os gostos, bolsos, raças e idades.

(Mariana Ortiga, DC, 01/02/2007)