21 fev Desenvolvimento sustentável
Nesse início de milênio, poucos temas têm sido tão discutidos quanto a urgência de se adotar um modelo de “desenvolvimento sustentável” – aquele que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer as necessidades das gerações futuras”, segundo definição da Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Isso significa dar um basta à degradação do meio ambiente e tudo o que ela provoca, como escassez dos recursos naturais não renováveis, mais fome e pobreza. Já que isso só é possível se a juventude for preparada para o enfrentamento, em toda sua amplitude, da questão ecológica, centenas de países firmaram o compromisso conjunto de, o quanto antes, nortear por ela os currículos escolares. Mas ainda não sabemos onde realmente isso está sendo feito, e onde a educação ambiental continua tão desintegrada e inconsistente quanto no Brasil. Isso não surpreende. Nossa civilização ignorou solenemente o fato de que o ser humano pertence ao ambiente que o cerca, e que cedo ou tarde sofreria as conseqüências de suas ações sobre ele (poluição, proliferação de doenças, desastres naturais, desgaste do solo). Algo semelhante aconteceu com a escola, que alimentou a ilusão de que não pertencia ao mundo lá fora. Uma das mais gritantes falhas da educação escolar é seu distanciamento da vida real.
A disciplina educação ambiental foi incluída na parte diversificada do currículo do ensino fundamental, voltada para a “vida cidadã”, que pode preencher até 25% das atividades escolares. A decisão sobre como isso será feito é de cada estabelecimento. Infelizmente, grande parte das escolas da rede pública, enfrentando mil problemas relativos à sua infra-estrutura, formação precária dos docentes e baixos salários, acaba encarando as disciplinas não incluídas na base nacional comum e obrigatória como artigos de segunda. Corrigir isso exige, naturalmente, investimento do governo na capacitação de todo o corpo docente e das autoridades escolares. Questões cujas soluções dependem de uma tomada de consciência da importância da ação individual para o bem coletivo.
(Magno de Aguiar Maranhão, DC, 17/02/2007)