Casal cultiva árvores frutíferas e flores no meio de avenida

Casal cultiva árvores frutíferas e flores no meio de avenida

Enquanto um casal ocupa o tempo livre plantando flores e espécies frutíferas em plena avenida Mauro Ramos, uma das principais vias do centro da Capital, outros ficam aguardando as florações para colher as plantas e encher suas casas de buquês de rosas e girassóis. Os responsáveis pelo pequeno pomar plantado no meio do trânsito são comerciantes que mantém uma pequena loja bem em frente. Eles não desistem de cuidar das plantas, mas reclamam da ação dos ladrões de flores, que não deixam o canteiro em paz.

“Quem faz isso não é a molecada nem as mulheres pobres, mas algumas madames que estacionam seus carros, saltam o colhem as flores”, reclamou Maria Tereza Consoni, que ajuda o marido Wilson Rodrigo Correia a cuidar do jardim.

Os dois mantém um loja no edifício da antiga estação rodoviária de Florianópolis, também na avenida Mauro Ramos, e há cinco anos resolveram adotar informalmente um trecho do canteiro central para plantar rosas, girassóis, abobrinhas, jaboticabas, romãs, limões, laranjas, goibas e espécies decorativas. O pé de romã começou a dar os primeiros frutos, assim como o de jaboticaba, crescendo no meio de muitas flores.

“Não faz muito tempo, apareceu uma senhora de mais de 80 anos com um serrote na mão e começou a serrar um pé de limão com brotos de flores”, lembra Maria Tereza. A planta já estava desenvolvida, apresentando um tronco com cerca de quatro centímetros de diâmetro. “Ela alegou que o limoeiro estava atrapalhando o crescimento de uma palmeira que ela teria plantado”, disse a comerciante.

O aparecimento de “uma madame com um carrão” se deu num sábado por volta das 14 horas. “A primeira vez ela tentou quebrar o girassól com as mãos, mas a planta tem uma fibra resistente que não cede”, contou. “Na segunda vez, a senhora apareceu com uma tesoura, estacionou o carro no meio da rua, desceu, colheu as flores e foi continuar o serviço em frente ao Asilo Irmão Joaquim”.

(Celso Martins, A Notícia, 07/02/2007)