09 jan Poita garante atracação de navios
Uma poita com 15 toneladas de peso deve ser instalada ainda hoje na enseada de Canasvieiras, visando garantir a atracação de transatlânticos e o desembarque dos turistas em Florianópolis. O anúncio da medida foi feita ontem pelo presidente da Santa Catarina Turismo (Santur), Marcílio Ávila, preocupado com a possibilidade de Florianópolis ficar fora das rota dessas embarcações.
“Se essa poita não for instalada logo, junto com um sinalizador para indicar sua localização, em 2008 não teremos mais nenhum transatlântico parando na cidade”, assinala Marcílio. O problema se agravou na última semana, quando três navios de grande porte não puderam ancorar e seus passageiros ficaram impedidos de desembarcar, causando prejuízos ao setor turístico.
“A colocação da poita é apenas a primeira etapa de uma série de medidas que vão ser tomadas”, destaca o dirigente da Santur. Isso inclui a instalação de um trapiche flutuante na altura da praia da Daniela. Entre essa praia e a ilha de Ratones Grande, existe um ancoradouro profundo, usado durante o período de funcionamento do porto de Florianópolis, desativado em 1964.
O ancoradouro das imediações da Daniela recebia navios de grande calado, que não podiam ingressar nos atracadouros situados na baía Sul, tendo de permanecer naquela região. Uma vez ancoradas, as embarcações recebiam a inspeção dos funcionários da Alfândega em Sambaqui, autorizando o desembarque das mercadorias em embarcações menores.
“A poita instalada em Canasvieiras pode ser deslocada provisóriamente para a Daniela, conforme as condições de vento”, explica Marcílio. No ano passado, dos 48 transatlânticos que passaram pela região e cujos passageiros deveriam ter desembarcado em Florianópolis, apenas 50% ingressaram nas águas da baía Norte.
Para 2008, estão previstas 80 transtlânticos, “mas para que ocorra desembarque é preciso a instalação da poita, que ajuda a estabilizar as embarcações e garantir os desembarques”. Uma vez desembaracados, os passageiros desses navios gastam em média US$ 100,00, enquanto o turista convencional desembolsa entre US$ 22,00 e R$ 36,00, segundo dados da Secretaria Municipal de Turismo (Setur) de Florianópolis.
Acif elabora projeto de ordenamento
O trapiche de Canasvieiras, administrado pelo Núcleo Setorial de Escunas da Associação Comercial e Industrial de Florianópolis (Acif), tem condições de atender provisoriamente os passageiros dos transatlânticos, até que seja adotada uma solução definitiva. A avaliação é do coordenador da Acif-Canasvieiras, Murilo Vasaco Gondim, que defende a melhoria da infra-estrutura de recepção dos turistas dessas embarcações.
“A Acif elaborou um projeto de ordenamento náutico costeiro, onde estão apontados diversos pontos para a construção de atracadouros na Ilha de Santa Catarina”, assinala Gondim, “pois não podemos perder esses turistas”. Cada transatlântico conduz cerca de 1.300 passageiros e “no ano passado, só a metade dos que passaram por aqui desembarcaram seus passageiros. Se contássemos com uma infra-estrutura adequada, os desembarques seriam de 100%”, assinala.
Esses passageiros “são de alto poder aquisitivo”, enfatiza Gondim, “mas só recebem autorização para desembarque em casos de risco zero”, explica. “Os navios precisam atracar longe da linha de praia e se as condições de ventos possibilitem oferecer qualquer tipo de risco, o desembarque não acontece”.
A necessidade de criação dessa infra-estrutura é “urgente, pois os passageiros não querem desembarcar em Itajaí, só em Florianópolis. Mas se não forem oferecidas condições adequadas, podemos ficar sem nenhum transatlântico em 2008”, complementa a dirigente da Acif-Canasvieiras.
(A Notícia, 09/01/2007)