05 jan Fuja do calor: suba a Serra
O Estado de Santa Catarina lembra todos os países do mundo. Tem praias como na Espanha, ilhas tal como a Grécia, festas como na Alemanha, ballet como na Rússia, comida e música tal como na Itália.
Mas a Serra Catarinense é única. São 18 municípios onde estão as mais altas montanhas do Sul do Brasil e se destaca o Morro da Igreja em Urubici com 1.828 metros de altitude, podendo ser acessado por estrada asfaltada, de onde se descortina paisagem impressionante. Ou Urupema, com seu Morro da Torre. Lá se pode pescar trutas em pleno centro da cidade, em rio de águas límpidas.
Aconchegantes pousadas administradas pelas famílias oferecem cardápio variado e passeios inesquecíveis. Além das fazendas de turismo rural, verdadeiras estâncias tradicionais de Lages, onde se acompanha a vida rural.
Serra Catarinense é a região mais fresca do Brasil. Fresca no bom sentido, por ser lugar ideal para “veranear” quando o calor se abate nas demais regiões. Lá no alto, nas Serras e nos campos do Planalto, a temperatura oscila no verão em torno de 22º C, com dias ensolarados e noites agradáveis. Mas para quem prefere o frio, o Inverno é bem definido com várias geadas, ou até mesmo as nevadas de São Joaquim que tudo cobrem de branco, lembrando Europa.
Nem só de montanhas vive a Serra. Lages, por exemplo, é uma cidade com toda infra estrutura moderna: faculdades, grandes hotéis, bons restaurantes, bares, boates efervescentes, museus, praças arborizadas , uma das mais belas Catedrais do Brasil, grande Rodoviária, agencias de viagem. Além de um Festa do Pinhão que todo ano atrai, cerca de 300 mil turistas.
Os campos nativos de coxilhas que cercam Lages, Campo Belo, Painel, Coxilha Rica e outros municípios são de um fulgurante verde mimoso no Verão e um amarelo emocionante no Inverno. Ele são enfeitados pelas grandes araucárias – forma de vida vegetal mais antiga da face da Terra. E também por densas florestas de pinus que fazem a riqueza da região, ao lado das tropas de gado em suas veredas. Cada vez mais plantações de frutíferas de clima temperado – maçãs, pêras, kiwis – floresceram na Serra.
Para completar tanta beleza, a Serra do Rio do Rastro, em Bom Jardim da Serra lembra as escarpas de Machu Pichu, onde a força tumultuária da natureza convida a refletir, nas curvas de sua estrada.
Espécie de Turismo Espiritual, a desabar de quase dois mil metros de altitude para o nível do mar.
É uma das ultimas fronteiras livres de um mundo em busca de paz e amizade. Rios límpidos cortam a região. Cavalgadas podem ser feitas em qualquer época. Fazendas centenárias e locais históricos podem ser visitados. Talvez seja um dos pontos chakras da humanidade, onde os campos, as rochas, os vales, parecem ter sido moldadas pela lamina do tempo. Sentir algo diferente. Sentir o mistério. Divertir-se de maneira saudável. Sonhar na Serra…
“Um barco sobre la mar y um caballo em la montaña…”
(Artigo de Paulo Ramos Derengoski, DC, 05/01/2007)