23 jan Área pública é liberada em Coqueiros
O acesso a ponta José Francisco, lugar onde ficava a antiga churrascaria Ataliba, em Coqueiros, foi liberado ao público recentemente, depois de passar três anos fechado. No final de novembro, a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram), com o auxílio da Secretaria do Continente e a Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap), derrubaram o portão e limparam o caminho, rodeado por prédios e a propriedade do empresário Adroaldo Cassol.
No terreno da União (área de Marinha), será construída uma praça e uma ciclovia. Depois do ajuste de conduta firmado entre Cassol e o Ministério Público Estadual, no qual o empresário se comprometeu a construir a praça e e mantê-la por dez anos, o caseiro João Isaías entrou com uma ação judicial por usucapião do terreno. Em 2003 Isaías teria colocado o portão e proibido o acesso ao atracadouro, que desde 2001 é público.
O terreno de 14 mil m2 ainda está na justiça, mas a Prefeitura da Capital está otimista com a solução do caso ainda no começo do ano. “A área nobre deve ser usada pela comunidade, deve prevalecer o direito comum em detrimento do uso de poucos”, comenta o superintendente da Floram, Francisco Rzatki.
Os moradores de Coqueiros reivindicam a área desde 2003. O local estava sendo usada por coletores de material reciclável, retirados da área pela Floram. A idéia do poder municipal é construir deques e pontes para ligar a futura praça ao Parque de Coqueiros, chegando até embaixo da Ponte. Por enquanto, o caminho dá acesso ao atracadouro público, mas o ponto forte é o movimento de pescadores, que estavam proibidos de chegar ao local por um portão com cadeado.
O aposentado, Anselmo Silva, 66 anos, voltou ontem a frequentar o ponto de pesca. Mesmo com a maré baixando, ele garantiu “uma boa pescada”. Anselmo nasceu e se criou no bairro e conta que antes da explosão de crescimento de Coqueiros “dava para a gente vir do trapiche pela praia até aqui. Agora não dá mais, nem de barco”. O pescador lembra que o portão ficou fechado por três anos, com uma placa indicando propriedade particular.
(Débora Remor, A Notícia, 23/01/2007)