19 nov Poluição em balneários de Santa Catarina atinge reserva biológica marinha
Nem começou o Verão e diversos balneários de Santa Catarina já estão poluídos. O primeiro relatório de balneabilidade da temporada será divulgado pela Fundação do Meio Ambiente (Fatma) na segunda semana de dezembro. Mas análise da pré-temporada, divulgada na sexta-feira (17/11), mostra a contaminação de diversos pontos com coliformes fecais.
Dos 182 exames, 31 apontam poluição. Somente na Capital, dos 62 pontos analisados, 18 registram alto nível de coliforme fecal. A poluição chegou até a redutos paradisíacos, como a Ilha do Arvoredo, e a Guarda do Embaú, em Palhoça, região da Grande Florianópolis.
Localizada ao Norte da Ilha de Santa Catarina, a Ilha do Arvoredo é uma das três reservas biológicas marinhas do país e considerada área de preservação ambiental. Mas está rodeada de coliformes fecais, com bactérias presentes em fezes humanas e de animais prejudiciais à saúde. A Guarda do Embaú, que encantava os visitantes pela combinação da areia branca e água límpida, hoje é marcada por outra imagem: a água poluída do Rio da Madre – que dá acesso à praia.
O acréscimo destes dois pontos na lista dos poluídos, e a manutenção de outros, mostra que a situação no Litoral não melhorou em relação ao ano passado.
De acordo com a coordenadora do laboratório de balneabilidade da Fundação do Meio Ambiente, Eliana Andrade, a Guarda do Embaú não consta entre os 182 pontos analisados no Estado, do município de Passo de Torres a Itapoá.
Mas a pedido da comunidade, a análise foi feita pela Fundação. Não há rede de tratamento de esgoto no balneário, o que resultou na sua poluição.
Novas placas de sinalização chegam em dezembro
A poluição no Litoral está ligada diretamente ao sistema precário de saneamento no Estado, destaca o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado na semana passada. Em Santa Catarina, apenas 13% da população urbana tem coleta e tratamento de esgoto.
É um dos piores índices do Brasil, de acordo com a pesquisa do PNUD, inferior também a taxas de países como o Paraguai e o México.
A Fatma começa a colocar as novas placas de sinalização da condição da água no Litoral em meados de dezembro, com o início da temporada de Verão.
Os banhistas precisam conferir se o ponto é próprio ou não para o banho de mar, através das placas colocadas nas praias.
(Ariadne Niero, DC, 19/11/2006)