29 nov Falta de estrutura na Capital afasta cruzeiros marítimos
O número de 12 cruzeiros marítimos dos navios Island Star e Island Escape que Florianópolis receberá de dezembro até março do ano que vem pode cair para apenas um na temporada 2007/2008. O alerta é do proprietário da VTC Tour Operator, Maurício Voss, que vende os roteiros na Capital. O motivo seria a falta de estrutura da cidade para esse tipo de turismo. “E esse único cruzeiro ainda corre o risco de ser cancelado”, afirma. A principal reclamação é quanto à falta de um local seguro em Florianópolis para os navios atracarem. Hoje, os cruzeiros param na região próxima a Canajurê, entre as praias de Jurerê e Canasvieiras, e os turistas desembarcam na ilha de barco. “É uma estutura que está longe de ser a ideal”, avalia o diretor de Eventos e Relações Públicas da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis, Luciano Winck.
O diretor da CDL defende a construção de um local para receber os navios, de preferência no Norte da Ilha, onde há maior infra-estrutura voltada para o turismo. Ele conta que essa discussão sempre esbarra em questões ambientais, já que seria necessário alterar a profundidade do local escolhido para os cruzeiros atracarem. “Mas acho que poderia ser feito algum tipo de compensação. E quanto aos recursos, a iniciativa privada tem condições de fazer a obra em parceria com o governo”, afirma. Maurício Voss, da VTC, estima que os 12 cruzeiros trarão cerca de 18 mil turistas de alto poder aquisitivo à Capital. Eles gastam, em média, US$ 100 (cerca de R$ 220,00) por dia, o que representa um acréscimo de aproximadamente US$ 1,8 milhão (R$ 4 milhões) na arrecadação do setor de turismo em Florianópolis. Os passageiros dos navios passam apenas um dia em Florianópolis e ficam a maior parte do tempo no Norte da Ilha ou no Centro da cidade. Os principais gastos deles são com alimentação, souvenires e entretenimento. “É um perfil de turista bastante interessante, parecido com o do turista de negócios. Com uma estrutura mais adequada, poderíamos mantê-los aqui por mais tempo”, acredita Luciano Winck, da CDL.
O secretário de Turismo de Florianópolis, Mário Cavallazzi, afirma que serão feitas melhorias na plataforma de Canajurê. Uma “superestrutura”, porém, não está nos planos do governo municipal. “Estamos trabalhando para melhorar a estrutura de acesso para esses turistas. Recentemente, compramos uma âncora da Petrobras para que os navios possam estacionar sem ter de ficar com os motores ligados o tempo todo”, conta. Segundo Cavallazzi, 57 cruzeiros marítimos vão passar por Florianópolis até março do ano que vem, número superior ao da temporada passada, quando o total foi de 50 navios. Eles devem trazer cerca de um milhão de visitantes à Capital.
(Felipe Silva, A Notícia, 29/11/2006)