25 out SC e o turismo
O turismo envolve cerca de 800 milhões de pessoas no mundo, podendo, segundo a Organização Mundial do Turismo (WTO), ultrapassar um bilhão em 2010 e mais de um 1,5 bilhão até 2020, com um incremento de 122 %. Entre as causas destacam-se o aumento da população mundial, a progressiva redução e flexibilidade dos horários de trabalho, o desenvolvimento dos meios de transporte, a solidão cotidiana, sobretudo dos idosos, que buscam alternativas em viagens. O crescimento da renda per capita e do índice de escolarização devem aumentar, sobretudo, os “turistas de qualidade”, que não se limitam apenas às pessoas ricas, abrangendo todos aqueles que concordam com um novo conceito de “luxo”, baseado não no consumo vistoso e sim na tranqüilidade, privacidade, cultura, disponibilidade de tempo e espaço, segurança, autonomia, da convivência, ambiente criativo e na beleza.
Poucas localidades no mundo podem assegurar um “pacote” similar de ofertas para atender a essa privilegiada demanda. O Estado de Santa Catarina tem grande potencial, pois já formou uma estreita sinergia entre os setores públicos e privados e já amadureceu a sapiência da própria extraordinária vocação turística.
É necessário, contudo, melhorar o profissionalismo dos administradores do turismo e que as empresas privadas considerem para Santa Catarina um direcionamento de idéias e umaorganização planejada; que as novas iniciativas econômicas tratem prioritariamente das atividades de caráter criativo, seja artístico ou científico, aliadas à organização da cultura, do tempo livre, da gastronomia, do bem-estar físico e intelectual.
É essencial que as indústrias e os serviços valorizem ao máximo os recursos regionais, como o patrimônio natural, paisagístico, histórico e cultural; criando uma união sólida entre as forças econômicas, mundo do trabalho e universidades; privilegiando as estruturas de alto valor estético, coerente com a paisagem e com a vocação da área em que estejam inseridas. Santa Catarina está se preparando para alcançar estes objetivos.
(Artigo de Domenico de Masi / Professor de Sociologia em Roma e escritor, DC, 25/10/2006)