04 out Morador do Maciço é orientado
O Comitê Gestor do Maciço do Morro da Cruz, que integra representantes da Prefeitura e líderes comunitários, fez um diagnóstico das áreas geológicas de risco e busca recursos para desenvolver projetos na região. Enquanto isso, resta à Defesa Civil monitorar e orientar os moradores cujas casas podem desabar. De acordo com o diagnóstico, 6.650 casas envolvendo 25.940 pessoas estão em áreas geológicas em diferentes níveis de risco.
Ontem, por exemplo, o secretário executivo da Defesa Civil, Francisco Carlos Cardoso, foi chamado pela moradora de uma casa da servidão Santa Vitória. Devido a chuva que cai em Florianópolis desde domingo, a moradora pensou que seu imóvel poderia desabar. “Este é um caso que se arrasta há mais de cinco meses. Orientamos para que ela derrubasse uma parte da casa e fizesse um pilar. Não precisou que ela saísse do local”, disse.
A Defesa Civil é chamada pelos moradores, principalmente quando chove, por meio do número 199. Conforme a situação encontrada, os técnicos avaliam se a propriedade deve ser destruída ou reformada. De acordo com Cardoso, em todas as encostas do morro há problemas, mas as situações mais graves estão no Alto da Caieira. “Geralmente as construções são feitas em lugares errados. Nós orientamos os moradores conforme o risco. Se há risco de desabamento, encaminhamos à Secretaria de Habitação, se há crianças ou idosos na casa, encaminhamos à Secretaria do Desenvolvimento Social, se precisa ser construído um muro de contenção em via pública, encaminhamos à Secretaria de Obras”, afirmou Cardoso.
Na primeira quinzena de setembro, o Diagnóstico de Identificação das Áreas de Risco Geológico do Maciço do Morro da Cruz foi concluído. São 6.650 casas em diferentes níveis de periculosidade que serão avaliadas em risco máximo, médio ou baixo. “Como temos um projeto com um mínimo de cientificidade, podemos buscar os recursos e aplicar melhor os já existentes”, disse o presidente do Comitê e do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (Ipuf), Ildo Rosa.
Ele disse ainda que estão sendo realizadas reuniões com as comunidades para avaliar a situação dos moradores. Na semana passada, por exemplo, foi discutido a ampliação de uma creche e a construção de um clube social na Serrinha. “Tradicionalmente as área de risco não são preocupação do poder público. Precisamos fazer um processo de consolidação para legalizar e reconhecer as propriedades do morro. Por que na região do Antão, onde os prédios são de classe média, as residências são legalizadas?”, indagou. Outras questões como saneamento básico, água encanada e áreas de lazer também são discutidas.
(A Notícia, 04/10/2006)