11 out Ligações de esgoto estão comprometidas na Ilha
A bela paisagem na chegada à Ilha de Santa Catarina acompanha a construção da Estação Insular de Tratamento de Esgoto, que fica ao lado da Ponte Pedro Ivo Campos. Os odores, o tratamento adequado dos efluentes e a ampliação da capacidade estão sendo questionados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O Ministério Público de Santa Catarina recomendou à Casan cancelar novas ligações de esgoto até comprovar terem sido sanadas as irregularidades apontadas por uma auditoria do Tribunal de Contas. Cerca de 500 pessoas foram diretamente prejudicadas.
O diretor de operação da Casan, Jair Sartorato, afirmou que não há motivo para ampliação da capacidade daquela estação de tratamento, pois atende 128 mil habitantes, enquanto o limite é de 151 mil. Segundo ele, os dados divergem do TCE por uma questão de abordagem, não de conteúdo.
– Trabalhamos com dados práticos, atuais, enquanto o TCE confere a estimativa, projeções que haviam sido feitas para este ano, mas que não foram atingidas – justificou.
O diretor de expansão, Valmir Humberto Piacentini, disse que no prazo de cinco anos as regiões da Costeira, Itacorubi e José Mendes também terão esgoto tratado, o que já estava previsto sem a necessidade de ampliação da estação.
Sartorato afirmou que, até a semana que vem, toda a documentação será entregue ao Ministério Público para regularizar a situação das novas ligações de esgoto. As ligações clandestinas de esgoto na rede pluvial seriam os responsáveis pela poluição e pelo mau cheiro no local.
O promotor do Ministério Público Alexandre Herculano Abreu destacou a necessidade de manutenção preventiva do sistema, para evitar esse tipo de desconforto. Para ele, é necessária a elaboração de um plano de ação para solucionar os problemas verificados nas auditorias realizadas em 2004 e 2005 pelo Tribunal de Contas. Piacentini alega ter esse plano pronto e vai contestar algumas recomendações.
– A qualidade da baía está bem melhor do que antes – disse.
Está marcada para o próximo dia 20 nova reunião entre representantes da Fatma, Casan, Tribunal de Contas e Ministério Público para buscar um consenso técnico sobre o funcionamento da estação. Caso não haja acordo, o promotor pode entrar com ação civil pública contra a Casan.
(Alícia Alão, DC, 11/10/2006)