18 out A neurose da violência
Da coluna de Cacau Menezes (DC, 18/10/2006):
Quem se desloca pela Ilha em carro blindado, mora em residência cercada de tecnologia de segurança de última geração, além de cachorros treinados, não sofre tanto os efeitos das ameaças iminentes que neurotizam a grande maioria dos habitantes desta bela, porém intranqüila cidade.
Já o dono do posto de gasolina não dorme, vivendo a síndrome do pânico. E dessa doença sofrem o homem e a mulher que precisam do transporte coletivo, os empresários de modo geral, os jovens, os dirigentes de escolas e seus professores, enfim, Florianópolis ainda não é o Rio, mas já vive as mesmas perturbações.
Esta semana, um senhor foi seqüestrado ao deixar o supermercado, por volta das 19h. Foi solto porque os seqüestradores sentiram que ele não tinha mesmo dinheiro. O mais incrível é que no momento em que o soltavam, os bandidos já seqüestraram um outro. E mataram, com 49 facadas, o Raul Coronel. É uma vítima atrás da outra, em todos os cantos da cidade. Revólveres na cabeça, tiros à queima-roupa, drogas nas escolas, muros escondendo famílias até mesmo em condomínios fechados, tudo isso forma o cenário que nos últimos 10 anos vem deteriorando a qualidade de vida na Ilha. E ninguém é capaz de discutir, sugerir e indicar soluções.
É preciso que a população analise as propostas dos candidatos ao governo para a área de segurança e dê seu voto com convicção.