01 set Ocupações ilegais causam enchente no Canto da Lagoa
Os moradores das ruas Ícaro e Macuco, localizadas no início do Canto da Lagoa da Conceição, estão preocupados com as conseqüências das obras de implantação da rede de esgoto na região. O problema são as ocupações ilegais na área do rio Apa que provocam enchentes há anos. O Ministério Público Federal já moveu ação civil pública contra os proprietários das construções irregulares existentes no local. Uma das casas da servidão Ícaro fica exatamente sobre o rio, principal motivo do represamento da água em dias de chuva.
“Bastam três horas de chuva para deixar tudo cheio aqui”, disse um dos moradores mais antigos da servidão, Érico Neves. Por meio de fotos, o aposentado e ex-técnico da Companhia de Águas e Saneamento do Estado de Santa Catarina (Casan), tem um farto material já encaminhado à empresa.
Uma carta aberta também já foi enviada ao prefeito Dário Berger no dia 25 de maio do ano passado. No documento, os moradores solicitaram a limpeza do riacho no qual foi instalada uma tubulação não compatível com a demanda das águas das chuvas. “Toda a água do morro da Lagoa e da bacia passa por trás da intendência, atravessa a rodovia e desemboca nesta vala”, explicou o morador. As alternativas propostas pela comunidade foram o aumento das tubulações, a retirada das construções irregulares e a limpeza da vala cada três meses.
Outra carta foi entregue ao diretor de Expansão da Casan, Walmir Piancentini no dia 5 de agosto deste ano. Os moradores mais uma vez alertam para o risco de novas enchentes que podem prejudicar o sistema da rede coletora de esgoto ligada às casas. “Nossa preocupação é que a rede vai ficar debaixo d’água e os motores do recalque não vão dar conta da quantidade de água pluvial”, disse.
Depois de um ano e meio, a retirada das construções irregulares ainda depende de uma decisão da Justiça. A ação civil pública foi movida pela procuradora do Ministério Público Federal Analúcia Hartmann.
O gerente de Construções da Casan, engenheiro Fábio Krieger, afirmou ter conhecimento do problema. “Já recebemos o material deste morador e não vamos instalar o coletor tronco, que vai passar ao lado do rio, antes da decisão judicial”, garantiu.
Caso a promotora não determine a demolição das ocupações, teremos que construir uma estação para recalcar o esgoto da área. O engenheiro ainda não fez o levantamento dos recursos necessários. Já o custo total da obra da rede de esgoto do Canto da Lagoa é de R$ 4,6 milhões. Cerca de 30% da rede já foi implantada. O prazo para término das obras é abril de 2007.
(Simone Moreira, A Notícia, 01/09/2006)