Lagoa do Peri está secando

Lagoa do Peri está secando

A estiagem prolongada levou a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) a reduzir a captação na Lagoa do Peri, manancial que abastece grande parte do Sul e Leste da Ilha, cobrindo uma área que vai da Armação à Barra da Lagoa. As cachoeiras em torno do Parque Municipal da Lagoa do Peri secaram e a reposição natural da água retirada da lagoa caiu drasticamente. O sistema foi projetado para que a Casan pudesse retirar 200 litros por segundo do manancial, 24 horas por dia, sem correr o risco de comprometer o nível da lagoa. Com a seca, a lâmina d’água está baixando muito e a captação foi reduzida a 150 litros por segundo, 18 horas por dia.

De acordo com o superintendente de recursos hídricos e meio ambiente da Casan, Cláudio Floriani, o fornecimento de água para o Sul e Leste da Ilha ainda não foi afetado, mesmo com a captação reduzida a pouco mais da metade do que poderia ser retirado em tempos normais. “Se a situação permanecer por mais tempo, avisaremos à população para que economize mais água e, se a campanha não for suficiente, teremos que iniciar um plano de racionamento”, disse Floriani. Mas o superintendente afirma que a situação da Lagoa do Peri não é pior que a dos outros mananciais no Estado, todos afetados pela seca. “Por causa da preservação na área, a situação no Peri é até boa”, disse.

Abastecimento

Moradores da Lagoa do Peri acusam a Casan de captar mais água do que o manancial suporta, colocando em risco o abastecimento de toda a região. “O rebaixamento do nível da Lagoa do Peri, que é mais alta que o mar, diminui a pressão que mantém afastada a água salgada”, disse o engenheiro civil Luiz Guimarães, integrante do conselho fiscal da Associação dos Moradores da Lagoa do Peri (Asmop). “Com isso a água do mar pode avançar pelo subterrâneo e contaminar o lençol freático, afetando a captação por poços artesianos em toda a região”, disse o líder comunitário. Para Floriani, da Casan, esse risco é mínimo.
“Seria preciso um rebaixamento da lâmina d’água muito maior que o verificado hoje”, argumenta.
(Carlito Costa, A Notícia, 11/08/2006)