01 jul Luiz Henrique, o indignado
Da coluna de Moacir Pereira (DC, 01/07/2006):
“Aqui em Santa Catarina, o empreendedor é tratado como predador”, acusou, indignado, Luiz Henrique da Silveira, ao agradecer homenagem na cerimônia de abertura do Encontro Catarinense de Turismo. Referia-se a projetos turísticos relevantes para a economia estadual que sofrem embargos inexplicáveis. O governador licenciado citou dois exemplos: o Costão Golfe, do empresário Fernando Marcondes de Mattos, e o Jurerê Internacional, do investidor Péricles Drück.
São realmente casos emblemáticos. O Costão do Santinho é o melhor resort de praia do Brasil. Até os estrangeiros tem opinião unânime sobre o padrão do empreendimento e os benefícios econômicos e sociais que oferece ao Estado. Preservou de forma elogiável o meio ambiente, resgatou e deu caráter educacional às inscrições rupestres, instalou um museu artístico-cultural, dá um tratamento humano aos empregados (a maioria do norte da Ilha) com treinamento e incentivos, divulga Santa Catarina nos anúncios de jornais e revistas de circulação nacional. Não há uma só restrição em seu currículo de empreendedor arrojado. E, ainda assim, teve o Costão Golfe, questionado na Justiça, a partir de movimentos ideológicos de minorias. “Mas favela do siri, depredando o meio ambiente, pode!”, lamentou Luiz Henrique.
Redução
O caso do Jurerê Internacional é igualmente lamentável. O grupo Habitasul idealizou e administra um dos condomínios mais modernos, seguros e humanos do Brasil, motivo de visitas até de arquitetos estrangeiros. Seu presidente, Péricles Drück, ampliou a faixa de areia no projeto original, inédito na Ilha, onde há agressões detestáveis. E decidiu agora reduzir as áreas para prédios, transformando-as em zonas residenciais unifamiliares.
Se fosse especulador inescrupuloso, poderia fazer fortuna fácil mantendo o gabarito e levantando edifícios de apartamentos. Mas optou pela qualidade de vida dos moradores, valorizando ainda mais o aprazível balneário. Na região mais cara, de frente para o mar, planejou apartamentos de alto luxo para vender a mega empresários de São Paulo. São unidades que valem de 2 a 3 milhões de reais.
Gente que virá a Ilha de Santa Catarina injetar dinheiro na economia e promover a geração de novos postos de trabalho. Ao invés de aplausos, a Habitasul registra, pesarosa, sucessivos embargos do Ministério Público Federal, alguns deles tratando de questões já decididas em julgamentos sobre a mesma matéria.
O prefeito Dário Berger planeja construir a sede da Prefeitura no Parque da Luz. Pois, se for um projeto bonito, com a sede cercada de área verde, árvores e flores, espaço público para concertos e exibições musicais, rodeada de restaurantes, bares, ateliers de artistas e lojas de artesanato, com amplo estacionamento, que siga em frente.
Idêntica providência para exploração turística e uso público tornam-se urgentes em relação às abandonadas cabeceiras da Ponte Hercílio Luz, à Ponta do Coral, aos aterros, todos transformados em áreas abandonadas, ocupadas por traficantes e drogados, sem que tenham empreendimentos que gerem empregos, dinamizem a economia e permitam uso pela população e pelos visitantes.